quinta-feira, dezembro 31, 2009

10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1! Feliz Ano Novo!


Tal como prometido, aqui está o post número 199. Só me resta desejar a todas as pessoas que caiem no erro de ler o meu blog um feliz 2010, que seja melhor que 2009 em todos os aspectos e que entrem com o pé direito neste novo ano. Sejam felizes, bebam champagne, e dia 1 cá nos vemos ;) Obrigado a todos os que lêem este blog, mais não posso dizer.

E os prémios "Pedaços da Vida de Uma Adolescente" vão para...

Não há melhor forma de acabar o ano de 2009 do que fazendo um flashback de tudo aquilo que se passou, dos momentos importantes deste ano velho que agora dá lugar a um outro, fresquinho, que se estreará daqui a, precisamente, uma hora.

Por essa razão, estive a pensar um pouco e cheguei à conclusão que um ano bom como este é como uma garrafa de vinho de um bom ano de colheitas: deve-se provar, degustar, cheirar e engolir para depois seguir para a próxima garrafa com boas lembranças, bons sabores. Passa-se precisamente o mesmo com este ano: foi bom, tenho boas memórias e más memórias, mas o somatório total é felicidade, será um ano do qual terei saudades, um ano com boas lembranças, bons sabores, bons momentos.

E isto traz-me ao titulo do post: bons momentos implicam sempre pessoas! Este ano foi marcante nesse aspecto, não pelo facto de ter conhecido imensa gente, mas pelo facto de ter fortalecido laços com pessoas que me dizem muito e que espero que continuem assim. Por isso lembrei-me: "Porque não homenagear pessoas e momentos! E já que estamos numa de homenagens, porque não premiar e distinguir as pessoas por boas e más razões?" .

Assim surgiu esta ideia! Não há limites, barreiras, critérios fixos, não há primeiros nem segundos lugares, há distinções por razões diferentes!

Shall we begin?

Comecemos então pelo mau. Não há ano sem maus momentos e sem más pessoas. Como eu sou tolerante e uma pessoa que não desce ao nível daqueles que este ano se destacaram por más razões, na minha opinião, serão os anónimos(rapazes ou raparigas). Quem se identificar com as pequeninas descrições, bem, peço desculpa, estamos num país livre e se não vos disse ainda isso é porque provavelmente não falo convosco, get it ?

O prémio "Desilusão" do ano de 2009 vai certamente para o Anónimo nº1, sem margem de duvidas, a maior desilusão que alguma vez podia ter. Já se estava a adivinhar, além das provocações, das atitudes de superioridade e de tratar toda a gente como se fosse um animal por não gostar das mesmas coisas que este sujeito, foi sem dúvida uma pessoa a quem tentei dar uma 2º oportunidade de refazer as coisas e que só fez pior. Por essa mesma razão se distingue, e tem se vindo a distinguir desde há alguns tempos. Parabéns!

O prémio "Instigador de Caos" vai para a Anónima nº2. Além de pensar que tem sempre razão e de não falar para as pessoas que pensam que as coisas não são bem assim, criou uma incrível divisão de grupos dentro de tão pouca gente. Consegue alienar todos contra todos, zangar irmãos, primos, separar amigos, enfim, é de distinguir a sua capacidade incrível, comparável à de uma personagem do Asterix, o romano Detritus. Palmas para ela, senhores e senhoras!

E para acabar as distinções por feitos maus, temos o prémio "Pescador de raparigas" que vai para o Anónimo nº3. A pescaria deste ano resultou muito bem e os seus talentos como actor foram extremamente utéis. O isco foi também uma boa ajuda e conseguiu uma boa pesca, grande e graúda. Quanto às outras, bem, tarefa fácil, já não são precisas de momento, estão dispensadas. Ora aí está, o perfeito exemplo de um pescador, que acreditem, não é um elogio. No entanto, venha receber o prémio, conseguiu ganhar algo com essa sua atitude. Aqui está a recompensa!

Vamos ao momento mais esperado da noite, onde designar é uma prioridade pois equivale a distinguir. As pessoas que se seguem ganharam um lugar especial na minha vida pelas suas acções durante o ano. Algumas delas são repetentes nisto, continuam com o bom trabalho. Outras são novidades, grandes novidades que, por mim, estão para ficar. Não há ordem qualquer de importância, são todas importantes, cada uma à sua maneira.

Este ano há vários prémios "Revelação" e estão associados a várias pessoas que se distinguiram noutros aspectos, por essa mesma razão, há medida que for revelando os outros prémios, irei também revelar estes.

O primeiro prémio que vou anunciar já não é grande surpresa para a pessoa que o recebe. É o prémio "Tornas a minha vida hilariante" e vai para a Ana Filipa, um dos membros da famosa CIA, que é também um dos prémios "Revelação" de 2009. Quem diria que numa explicação de Matemática se fazem grandes amizades? O destino também deu uma ajudinha e pô-la na mesma turma que eu e sem dúvida que passei a conhecê-la melhor ao longo de todo este ano. Cheia de autoconfiança, humor e de alegria, esta rapariga consegue sempre pôr-me a rir, apesar de fazer alguns atentados à minha vida quando atravessamos a estrada. Esteve também presente nos maus momentos, aturou-me nos momentos em que me irritava e mostrou-me sempre como ser mais calma. Não vou esquecer momentos como "Olha uma folha vermelha!!!" ou o da pastilha elástica janela a fora. Tornas a minha vida hilariante, de facto, até as aulas de Matemática passam (ainda) mais depressa! :) Palmas, senhoras e senhores!

Prossigamos! O prémio "Longe, mas sempre perto" vai para uma experiente nestas andanças, a Inês Alves. A distância por vezes aproxima as pessoas, faz-nos querer aproveitar melhor os momentos em que estamos com as pessoas com quem convivemos menos e de facto assim é. Como será possivel esquecer que começámos o ano de 2009 com um certo distanciamento e que o acabamos em grande, com grandes momentos para recordar! Noites secretas fantásticas, saídas secretas, somos as neutras, as homónimas, estás sempre pronta a ouvir quando preciso e apesar de algumas divergências que possamos ter, de todas as zangas, a verdade é que continuamos amigas, e isso é um bom sinal. Não há pessoas perfeitas, nem amizades perfeitas, e por isso a nossa é simplesmente fantástica e continuará a ser, tenho a certeza ;). Um grande aplauso para a Inês minha gente!

Para variar, temos como premiado um rapaz, e o seu prémio é "Poço de Paciência" . Um grande aplauso para o João Apolinário! É extremamente dificil, mesmo para melhores amigos, ouvir longas conversas sobre escola e sobre o quão mau é ter um 16 no nosso ponto de vista. Pessoas diferentes, diferentes maneiras de ver as coisas, o facto é que encontrei neste rapaz uma pessoa com objectivos similares e com uma paciência incrível para ouvir tudo aquilo que tenho a dizer. À medida que fui conhecendo o João, percebi que não tinhamos apenas objectivos em comum, mas também gostos musicais, literários e não só. É uma pessoa com quem me identifico, apesar de termos pontos de vista diferentes sobre alguns assuntos, o que só torna mais interessantes as nossas conversas. Apesar de nos vermos poucas vezes, agradeço-lhe imenso a paciência que cede à minha pessoa e devo dizer que se revelou um amigo excepcional. Mais um "Revelação" de 2009. Aplausos, ladies and gentlemen!

O próximo prémio tem uma designação relacionada com a pessoa a que está associado. É o prémio "Anjo caído do céu" e vai para a Cristiana. Eu não sou religiosa, não acredito na igreja, apenas em Deus, mas esta rapariga tão excepcional merece certamente uma excepção! O título do prémio não é uma hipérbole, é a pura das verdades! É um prémio "Revelação" apesar de já a conhecer desde o 10º ano, embora pouco, nessa altura. A simpatia e boa vontade da Cristiana não têm limites e esta não aceita um "não" como resposta! Tenho lhe a agradecer tantas coisas, nem sei como o fazer, ela não só me atura, ouve e ajuda, como também me convida para jantar, almoçar, ficar na casa dela, enfim, proporciona-me quase um 2º lar. Esteve sempre presente, nos bons e maus momentos, e juntamente com a Ana Filipa, forma-mos um trio, a CIA. Nunca uma explicação de matemática foi tão boa como esta, os seus resultados vão para além dos testes e fichas, envolvem uma amizade a 3 em que a Cristiana é o elemento mais "velho" e que sabe sempre o que dizer, quando o dizer e como o dizer. Amiga de todos, gosta de se dar bem com toda a gente, é sincera, terra a terra e está sempre pronta, seja para ajudar ou para ralhar. Não há palavras para lhe agradecer, ensinou-me juntamente com mais pessoas a gostar mais de mim própria e a ter fé. Outro prémio "Revelação".Uma salva de palmas para ela, senhoras e senhores!

Este prémio é novamente para duas repetentes. É o prémio de "Mãe Galinha" e não se deixem enganar pelo título, é um elogio mesmo. Uma delas é a minha mãe e a outra é a Liliana. As duas têm diferentes significados mas o seu papel na minha vida é muito similar:como mãe, amiga e protectora. Comecemos pela minha mãe, por muitas zangas e discussões, sempre me sentirei mal quando tal acontece. É ela que me protege, que me dá um lar, um sitio onde sei que estou segura, em paz, é ela que me alivia algum fardo, que quando lhe peço me escova os cabelos e me faz a cama quando não estou para aí virada. Não valorizar tudo o que ela faz por mim seria certamente um crime. Num outro nível temos a Liliana. Não é como uma mãe, claro, pobre dela se fosse, mas sim como uma irmã. É a única pessoa que me conhece desde que nasci, desde que era ainda um bébé. É como família para mim e age como isso: preocupa-se, toma conta de mim, ralha-me quando preciso, está lá para me defender. É a irmã mais velha que nunca tive. Para um grupo de pessoas ela é a mais madura e responsável, é a "mãe" e daí o prémio ser para estas duas pessoas, tão essenciais na minha vida e sem elas não seria o que sou hoje. Um grande aplauso para elas, meus senhores e minhas senhoras.

Mais um prémio, e este é para o meu pai. É o prémio "Role model", ou seja "Modelo a seguir". Por mais falhas que tenha, por mais que discordemos em vários assuntos, ele é, de facto, um modelo a seguir. Por mais que discutamos, ele costuma ter sempre razão, embora eu não o admita, mas ele têm-a, quase sempre. Tal como ele, gosto de ajudar os outros, a minha educação, as minhas maneiras, o meu código de conduta foram aprendidos com ele e com a minha mãe, sou alguém graças ao que ele me ensinou. É uma pessoa que todos respeitam, e esse respeito não foi algo que ele comprou, foi algo que ele trabalhou para ter e merece-o. Ele defende os seus ideais, não abandona a sua posição, não foge dos problemas: enfrenta-os da maneira mais sensata que pode. Ninguém é perfeito, claro, longe de mim pensar que o meu pai não comete erros, mas uma coisa sei: para mim ele é perfeito. Não preciso de dizer muito mais, merece uma distinção e também uma ode da vossa parte. Parabéns!

Os três próximos prémios, que guardei de propósito para o fim, são certamente óbvios para muita gente, todos eles também vêm acompanhados por um prémio "Revelação". Se este ano eu comer as 12 passas, um dos desejos será certamente que estas pessoas a quem atribuo os prémios fiquem para sempre na minha vida e que não se tornem em novos sujeitos anónimos. O medo acompanha-me sempre, mas com este novo ano, irei trabalhar uma nova confiança e certamente o meu desejo realizar-se-á. Será pedir de mais? Citando uma das pessoas a quem este prémio é atribuído "se duas pessoas forem realmente amigas não precisam de ter medo porque a amizade supera, basta querer-se." E eu quero, por isso vou acreditar, perder o medo.
Este desejo aplica-se a todas as pessoas (excepto anónimos) que mencionei.

Prosseguindo. O primeiro prémio é o prémio "Terra-a-Terra" e vai para a Carlota. É uma pessoa que quando a conheci, impôs um certo respeito. A sua personalidade é única: sincera, diz o que tem a dizer na altura, não anda com grandes rodeios, não trai a confiança de ninguém, defende os seus ideais mas também sabe ver quando erra. É uma daquelas amigas que quando fazemos asneira, está lá para nos dizer o erro e para nos ajudar a ultrapassá-lo. Ajudou-me muitas vezes a cair na razão, coisa que não é muito fácil. Não fiquem com a impressão que ela é uma pessoa austera, pelo contrário, é das pessoas mais cheias de vida que alguma vez conheci e o seu sorriso demonstra isso. Se ela não sorri, é porque algo não corre bem, nota-se, é como uma aura que nos afecta. Com uma auto confiança digna de uma rainha (titulo bem merecido), a Carlota é daquelas pessoas que está sempre pronta para animar, é uma pessoa que consegue irradiar alegria e diversão para aqueles que a rodeiam, basta ouvir o seu riso para sentir isso. Conhecê-la foi um golpe do destino, não imagino o que seria não ter a sua companhia neste ano. Senhores e Senhoras, uma grande salva de palmas!

Mais uma pessoa, mais uma história, mais um golpe do destino. O prémio "Boas Vibrações" deste ano vai para a Mónica. Tenta sempre manter a calma, é uma pessoa "suave", vive a vida ao máximo, com ela é só boas vibrações. Faz-me lembrar um oásis calmo no meio do deserto. Há muitos oásis mas este, irradia segurança, paz e quietude. É uma rapariga que não levanta grandes ondas, é simpática e tal como o apelido (Coelho) é "cute as a bunny". As suas expressões, a sua maneira de reagir a coisas é naturalmente "fofa", engraçada mesmo, consegue sempre retirar um sorriso de qualquer um em qualquer momento. É uma pessoa que está lá quando mais precisamos de alguém com quem falar, alguém para nos ajudar. É a miúda dos vintes, a rapariga da Físicas e Quimicas e Matemáticas, mas é também a rapariga que nos mostra o lado soft da vida, que nos faz rir, que partilha connosco a sua vida, confia em nós, e a confiança é-lhe retribuída, porque a amizade é como no Natal: dar sem esperar receber. Por isso mesmo dou-lhe a única coisa que me está ao alcance dar: a minha ajuda, a minha confiança, o meu respeito, a minha disponibilidade, tento estar presente quando mais precisa, ou seja, dou-lhe a minha amizade, a minha distinção. Ela acompanhou-me durante este ano, sabe as minhas falhas e defeitos e aceita-me como sou. Mais uma pessoa especial e que continuará a sê-lo se depender de mim.Um grande obrigado e um grande aplauso para ela, minha gente!

Tal como mencionei, são 3 os prémios, dois já estão, e este último foi particularmente difícil de nomear pois diz respeito a uma pessoa que, como já lhe disse uma vez, é-me imensamente difícil descrever, não por haver pouco para dizer, é exactamente o contrário: há muito para dizer, há tantas palavras que se lhe adequam que é difícil fazer uma lista delas, uma lista que nunca estará completa. Novamente, uma "partida" do destino que se revelou numa das melhores amizades que já tive. Após muito reconsiderar, o nome do prémio da Mariana é o prémio "Mentor". Neste último ano mudei, a verdade é essa. Perdi alguns medos, quebrei algumas barreiras e tudo isto só foi possível porque ela e outras pessoas, mas sobretudo a Mariana, ensinou-me como o fazer e deu-me uma razão para isso. Quem iria imaginar que aquela primeira introdução daria origem a esta amizade? Desde o inicio se percebe que esta rapariga não é só bela na sua aparência, mas também no seu interior. Ela é especial, há qualquer coisa nela que nos faz sentir bem, que nos faz sentir seguros, felizes. É a sua aura? Não sei, mas é algo que se sente, que se nota. Eu notei desde o inicio, por essa razão confiei nela desde o inicio, contei-lhe coisas que normalmente não se contam quando se conhece uma pessoa pela primeira vez, mas a Mariana é diferente. Ensinou-me juntamente com a Mónica e com a Carlota que a vida é para ser vivida, não se pode planear tudo, há que quebrar a rotina, cometer loucuras, criar memórias, aproveitar momentos, viver no presente, abandonar o passado, ter autoconfiança. Esteve sempre ao meu lado quando precisei, tivemos as nossas discussões, as nossas divergências, mas isso só tornou a nossa amizade mais real, porque uma amizade não é perfeita, não pode ser, ninguém é perfeito. Com tantos erros, tantos defeitos que tenho, é incrivel ela aceitar-me e querer que eu seja eu própria. Ela é de facto a minha mentora, a minha sensei, orienta-me na escuridão e por mais que eu diga, nunca vai chegar, são só palavras. Palmas para ela, senhoras e senhores!

Claro que, como em todas as entregas de prémios, há menções honrosas e elas vão para o Rodrigo, a Joana, o Rafael, a Cátia, o meu irmão, a minha maninha, a Rita(aka Skinny), o Bruno Santos, a Heloísa e para o Pedro Amaro.

Para finalizar esta espécie de balanço do ano de 2009, só queria dizer que todos são importantes, cada um à sua maneira, todos são diferentes e por isso não há mais ou menos distinções, há pessoas, cada uma deve ser vista como é, não deve ser comparada a outros. Não há comparações possiveis, e quem o faz, faz mal. Cada um é especial à sua maneira, todas estas pessoas têm um rosto que me diz algo, que é importante para mim e que merece uma distinção, daí terem prémios e menções honrosas. Por favor, as pessoas que não ficaram satisfeitas por estar nas menções honrosas, não se ofendam, é um sinal que são importantes para mim, se não tiveram um prémio, não foi por mal, o tempo não dá para tudo e a originalidade também não. Espero que compreendam. Após todos estes prémios, todos estes flashbacks deste ano, posso dizer, retomando a metáfora inicial, que foi uma boa colheita e que é um bom vinho, com os seus tragos amargos, mas são sempre necessários, nada é completamente doce, não pode ser, nada é perfeito, mas este ano posso dizer que fui FELIZ, e só foi possível porque estas pessoas e outras estiveram presentes na minha vida. A todos o meu agradecimento, do fundo do coração.

Feliz 2010 pessoal!

quarta-feira, dezembro 30, 2009

Pendulum


Time,
sliding in grains of sand,
I wish it could be so simple,
I wish time will be a grain of sand,
Then I could caught it
Stop it,
Don't let it pass so quickly...
Nothing's easy.

O Estádio


A batida da música marca o meu passo de corrida. Corro e a cada passo que dou é como se me tirassem um peso de cima dos ombros, é como se deixasse todos os meus problemas em cada impacto dos meus pés no cimento. Os músculos respondem aos impulsos nervosos e não desistem, insistem, continuam até ao limite. Oito voltas, oito problemas a esbater? Será?

As ultimas réstias de sol iluminam a pista; já a sei de cor, posso correr de olhos fechados sem perder o rumo, ficar cega por momentos, render-me a todos os outros sentidos: saborear o ar frio de Dezembro, cheirar o vento suave, sentir a velocidade nas palmas das mãos. Abro os olhos. Estou só,gosto de correr assim, sozinha, e no entanto, nunca o estou, a música está comigo, estará sempre, é uma constante da minha vida, já não me imagino sem ela.

Crepúsculo, a melhor hora do dia para se correr: no verão não está nem muito frio, nem muito calor, no inverno...bem no inverno está sempre frio mas o dia aproveita-se para outras coisas. O sol está-se a pôr, os ultimos raios de luz embatem contra os placares de plástico das bancadas; surgem reflexos, surgem as primeiras estrelas, as mais brilhantes, com certeza.

Há algumas nuvens, restos da chuva que caíu no dia anterior. A relva ainda está fresca, húmida, mas não me interessa, apenas quero deitar-me ao comprido depois de uma corrida cansativa, mas produtiva. Pórem, antes vou andar, recuperar do esforço de forma suave. Caminho em direcção ao centro do campo de futebol: uma pequena mancha branca no meio de uma imensidão de verde relva falsa. Sigo a linha de meio campo, como se fosse um equilibrista. É como se ambos os lados dessa linha fossem opostos, conceitos diferentes. Não quero cair para nenhum deles, gosto do equilibrio, do bem e do mal, do belo e do feio, deus e o diabo. A minha vida rege-se por este simples propósito: achar o intermédio, o equilibrio entre tudo. Quem diria que uma linha de meio campo daria origem a tais pensamentos?

Chego ao centro, o centro de tudo, onde se dá o inicio de tudo. Onde acaba, isso ninguém sabe. Por mim, desde que acabe bem, é-me indiferente. Mas o bem é tão relativo! Olho à minha volta, vejo se estou a ser observada, sempre tive este complexo, sinto-me segura aqui, sento-me e deixo-me relaxar. Estou no meio do circulo. No meio de tudo, sou o centro daquilo que se passa à minha volta, por isso levanto-me, olho novamente à volta, e vou em direcção às bancadas;Nem tudo pode girar à nossa volta, e nisso tenho um certo conflito interior: sei que é errado, mas gosto de ser o centro, e luto contra isso. Nas bancadas toca o telemovel: uma mensagem nova, provavelmente a desejar um feliz Natal. Não vou lê-la agora, afinal de contas, não vou responder.

Deito-me com as costas na relva, sinto a frescura da mesma nas minhas costas quentes e sabe-me bem estar ali. É um dos meus sítios favoritos, o estádio. Aqui deixo os meus problemas no asfalto onde corri, relaxo, penso, medito, olho para as estrelas que já decoram o céu. Aqui sinto-me bem, sozinha, distancio-me do mundo, dos outros, tiro um tempo para pensar em mim.

Faço o que gosto: corro. Olho para as poucas nuvens que ainda restam no céu; está a ficar tarde, levanto-me, visto o casaco. O mp3 continua a tocar, não parou desde que cheguei. E só para quando chegar a casa. Ah, se ele pudesse falar....

segunda-feira, dezembro 28, 2009

Objectivo: Post 199

Para quem lê o meu blog(poucos visitantes mas bons) devem ter reparado que ultimamente tenho vindo a postar com mais frequência. Bem, há 2 explicações:
- Primeiro, ando sem nada que fazer, mais tempo logo mais vontade de escrever para ocupar o tempo e dar asas às ideias que há muito tenho na cabeça;
-Em segundo lugar, queria chegar ao post 199 antes do final de 2009.
Porquê? Bem, por uma simples razão: um ano deve-se acabar em grande, deve-se finalizar fazendo um balanço de todos os momentos e antes de entrar neste ano novo de 2010 e de celebrar o post nº200 deste blog que tem sido muito importante para a minha sanidade mental e para a minha vida em geral, quero acabar o ano de 2009 com um 9 (199) e começar o de 2010 em grande e com muita folia com um 0 (200), simbolo de um novo ano e de novos momentos.
Neste momento, se não me engano, estou no 195, falta pouquinho, mas ainda falta. Ideias, elas não faltam de certeza! :)

domingo, dezembro 27, 2009

Escrever, escrever, escrever

Cada poema é uma viagem
por este subconsciente inconsciente
à espera de despertar do seu longo sono.
Deixo-me guiar pelas linhas
ou pelas teclas do computador
e sigo o meu rumo
até deixar tudo sobre o papel,
até transportar as emoções,
todas as descrições
para o papel ou ecrã,
tanto faz,
Apenas preciso de um local
para canalizar todas as palavras
reuni-las na cabeça
e partilhá-las
dar à luz a um poema
ou um texto sobre um qualquer tema.
Sim, sei que passam despercebidos por muitos
mas que interessa,
para mim interessam,
para mim têm significado,
explicam-me melhor quem eu sou,
para onde quero ir,
onde estou,
e mesmo para onde vou;
Por vezes na sua origem está o caos,
outras vezes a criação,
conceitos tão diferentes,
contrários mesmo,
e no entanto, complementares,
pois antes da criação veio o caos
e após o caos a criação,
pressupondo que existe
uma divina intenção
em tudo o que é feito.
Ponho tudo quanto eu sou
nestas linhas sem sentido,
ando às voltas nesta linha recta
e só assim consigo interpretar
o mundo onde vivo
o mundo que quero para mim
e que posteriormente aos meus filhos quero dar.
Chamem-me louca,
mas gosto de escrever
e de por no papel
aquilo que sinto
e aquilo que vejo e gosto de ver.
Será pedir de mais
pedir-te para ler?

Adrenalina

Há algo que me atrái
algo que me faz render às emoções
deixar de pensar
ou mesmo de sentir,
algo que me faz rir
que me faz chorar,
algo que não dura,
mas que pode estar para durar.
Não se mede,
não tem valor,
não se pode calcular,
nem controlar,
é uma sensação que percorre o teu corpo,
que toma conta da tua consciência
e que acorda a inconsciência,
inconscientemente das consequências,
imparável e indomável,
uma besta que desperta do interior
e que te domina até ao ponto de não sentires dor.
Adrenalina,
doce aragem de mudança,
deixa-te levar pelo momento
e ela surgirá,
seja perigo,
seja emoção,
ela guia-te,
o caminho pode ser bom
ou não,
terás de descobrir...
Deixa-te levar pela corrente
não temas, estás em boas mãos,
está nas tuas mãos
decidires se vais ou não.
Qual a tua decisão?

terça-feira, dezembro 22, 2009

Think, penso, exist, existo...

Eu podia simplesmente ignorar mas é demais, é maior que eu. Não compreendo o mundo em que vivo, não compreendo os Homens. E eu tento, faço um esforço para entender, mas não entendo. Está fora do meu alcance.
Os sentimentos, as emoções, as acções, tudo tão subjectivamente confuso, é praticamente impossível manobrá-los , submetê-los à nossa mercê. Alguns tentam, têm algum sucesso mas ninguém é perfeito...
Somos frágeis, formigas num universo imensamente infinito e poderoso. Alguma vez pensaste que podias ser facilmente esmagado? Eu já, já desejei até que me esmagassem, já quase que fui esmagada pelo peso do mundo, das pessoas, mas todos temos os nossos maus momentos. Ninguém é perfeito... Quem me dera ser ninguém! Infelizmente parece que sou alguém para alguns... Não consigo perceber... Este pensamento dá voltas e voltas no meu subconsciente mas não consigo resposta.
Porquê o ódio, o egoísmo, a vingança, a morte? Como é que chegámos ao ponto de não confiarmos nos nossos semelhantes? Não sei. Gostava de saber mas as respostas não crescem nas árvores, principalmente respostas como esta.
É metafísica, sim, mas que mal há em pensar um pouco fora da nossa esfera pessoal?
A minha esfera é enorme e, no entanto, gosto de me escapar para fora dela, pensar em grande escala, pensar naquilo que está na origem, pensar nos outros. Pensar em mim? Bem, pensar penso, mas é isso que toda a gente faz e por isso é que há egoísmo, porque não contrariar esta tendência?
Eu sei que também sou egoísta, sou humana, não o posso evitar, mas também sei que luto para não o ser, contrario uma parte natural de mim e no entanto reforço outras.
Ser humano, já é tão dificil ser um ser humano que hoje em dia somos todos cães a lutar pelo mesmo osso e não reparamos nas feridas que deixamos nos outros e no sítio onde lutamos... Será assim tão díficil ver o sofrimento? Temos todos a capacidade de ver, mas nem todos têm a capacidade de entender e de ter compaixão. Não tem a ver com a sensibilidade, tem a ver com a humanidade.
O que se passa com esta sociedade? Já não acreditam em nada, já não têm esperança nem ambição de mudar!
Quem me dera ser uma nuvem, vaguear pelo mundo, ver tudo, sentir apenas o vento a levar-me para outras paragens.
Falando em nuvens, há quem diga que quando chove, é a maneira de as nuvens nos mostrarem que estão a chorar... Se assim for, nem às nuvens tudo isto tem passado ao lado... Como é que ignoramos o que está a acontecer?

Ambição desmedida

Tu não sabes o que fazer contigo,
num momento queres o mundo
e com o passar dos segundos
já queres aquele pequeno ponto no céu
aquela estrela que uma vez te pertenceu.

Não se pode ser feliz com tudo
é impossivel ter tudo,
não há espaço suficiente,
por maior que seja o coração,
não chega para tanta emoção:
simplesmente explode!

Tentas chegar àquela estrela
que já foi toda tua; podias ter aproveitado
podias ter sido tão feliz,
mas o brilho do sol cegou-te
e caíste na armadilha,
como sempre.

Deixaste-a,
tal e qual como uma criança
que se cansa do seu brinquedo
e parte para um novo, mais brilhante
e reluzente (pensas tu).

Agora arrependes-te, dizes tu,
agora queres o brinquedo velho,
queres voltar a ter aquela estrela
que percebes que afinal é a mais brilhante,
a mais bela e pura, aquela que deixaste para trás.

Não percebes que não se pode ter tudo?
Não percebes que a tua ambição desmedida
de querer ser tudo,
de querer ter o mundo,
será a tua perdição?

Será esta a tua maldição,
o teu problema
sem condição, nem sintoma,
mas que te persegue,
e perseguirá,
se não mudares,
assim será...

domingo, dezembro 20, 2009

Vais embora?

Foge,
para longe,
bem longe,
não pares,
não olhes para trás,
fica sozinho,
não precisas de ninguém,
és sempre tão autosuficiente
e no entanto nunca serás independente,
dependes de tudo o que te rodeia
dependes de ti e dos outros.

Tens obstáculos pela frente
será que consegues?
Será que sobrevives a esta caminhada?
Será que não enlouqueces?
Fica o mistério,
fica a duvida:
deixa-os para trás,
Não olhes para trás!

Revoltam-te as coisas materiais,
coisas que para ti sempre foram banais
consegues ver valor no simples
no natural, no original,
no duro, no triste.
Deixas todas as tuas posses para trás,
levas apenas o bloco e a caneta,
para que um dia possas dizer ao mundo
que nem sempre o mais belo
é o mais profundo
e que nem sempre o mais complexo
é o melhor e de maior valor.

Esta é o teu peso,
é esta a tua medida,
segue o teu caminho,
não queiras voltar a trás,
lá ficaram apenas ruínas
de tudo aquilo que antes existiu
e que para ti tinha significado.

E foges,
corres em direcção ao desconhecido,
no entanto, estás livre,
sentes-te livre e
para ti é isso que basta:
Ser Livre!
Ser feliz,
com pouco e, no entanto,
com tanto,
pois o valor das coisas
mede-se por aquilo que estas
significam realmente para nós.

domingo, dezembro 06, 2009

Revolta derradeira contra o Sistema


Paras por um momento
e percebes, finalmente,
que o mundo passou despercebido:
ninguém sabe que existes
ninguém quer saber,
simplesmente não interessa se vives
ou deixas de viver.
Dizem-te que é o "sistema"
mas tu não acreditas,
Deixaste avançar o tempo,
não fizeste nada de concreto,
Vives a tua estúpida rotina
Tens bens materiais,
Uma casa, um carro, um plasma,
tudo aquilo que o Homem do sec.XI necessita
porém, sentes-te insatisfeito.
Falta-te algo,
Falta-te sentir, sonhar, ambicionar,
Quebrar as regras, ser rebelde,
Instigar a revolta contra este Sistema de merda
que quebra qualquer cabeça e destrói as vidas de quem menos tem.
No dia em que fizeres isso,
Deixas de ser apenas mais um,
E passas a ser tu mesmo,
Sem limites,
Sem barreiras,
Passas a ver aquilo de que realmente
é feito o mundo e passas a admirá-lo
pois percebes que a beleza está nas coisas mais simples
e que só libertando-te daquilo que te prende ao sistema
é que conseguirás retirar a venda dos teus olhos
e que te impede de ver tudo isso.
Do que estás à espera para começar?

domingo, novembro 29, 2009

The centre of an hurricane

I want to break
but I can't,
something is stopping me,
forcing me to continue,
and then, agony,
pain, hate, doubt,
how can this happen?
Why?
So many questions,
that only the heart can answer.
Every word I type
and every word I write
won't be enough to shake these feelings...
Why is he doing this to me?
Why did he came back?
I can't understand what I feel,
maybe I'm overreacting,
maybe not.
I'm in panic,
and yet, I look calm
like the centre of an hurricane.
Maybe I can,
Maybe I can't,
don't know why,
don't know who,
So many doubts,
all of them because of you.

quinta-feira, novembro 26, 2009

Nem tudo o que parecé, é!

Pling, pling, pling, pling,
Parece a chuva na janela a bater,
vem chamar-me para a cumprimentar
dá-me um beijo molhado na face
e volta a correr por essas ruas.
No entanto, nem tudo o que parece é,
e na verdade não é chuva que ouço a bater na janela,
mas sim uma torneira a pingar
constantemente,
intermitentemente,
sem parar,
a água perde-se naquele buraco negro
naquele turbilhão de canos sujos e escuros,
mas, novamente, não é o que estou a imaginar.
É um estalido de dedos,
por detrás do qual se esconde um mundo de possibilidades
que dá que fazer à imaginação
antes de saber a verdadeira razão
por detrás desse som tão suave e que passa despercebido
a maior parte deste mundo tão esquecido
que o mais belo e mais rico
pode ser o mais simples e verdadeiro
como o som do estalido de dedos
ou de uma gota de chuva
num dia de nevoeiro.

Será assim tão literal??

às vezes queremos ver o preto no branco
mas nem sempre temos que ser tão literais...
não faz mal abrir a mente,
aceitar o impossível e improvável
não cortar a inspiração
dar asas à imaginação.
Um dia de loucura
é um dia de liberdade,
um dia de extravagância
é um dia diferente,
um dia do presente
em que o futuro não passa de um sonho.
Se não formos livres,
seremos felizes?
Se não formos diferentes,
seremos únicos?
Temos todos momentos em que estamos ausentes
em que nos tornamos trauseantes
no nosso mundo particular.
Será assim tão dificil
encontrar a felicidade?
Haverá maior dificuldade?
Só a é porque complicamos
o que simples é
e passamos ao lado do mundo
não visitamos o que temos
não queremos o que podemos ter
não estimamos aquilo que é fragil.
Não é preciso GPS...
terceira rua à esquerda,
corta e vira,
rompe e tira,
e chega à Felicidade.
Não há como enganar,
é só acelerar...

terça-feira, outubro 27, 2009

Possibilities in Life

Life is uncertain
life is hard
life is a tunnel
where everything's dark.
What will happen next?
What will we be?
Will we return to origins?
What more can we see?
There's life, there's death
and there's life beyond death,
No one knows what's behind that door,
maybe hell is just bellow this floor...
We may try to suceed,
but trying isn't enough:
unless you fight,
you will eventually crumble
and you can bet I'm right
so don't let yourself stumble.
Enjoy it,
live it,
dream it
and do it.
That's my advice,
to have a good life,
I'm not saying you will allways be happy,
but you might actually be it most of the time...

domingo, outubro 25, 2009

Triângulo dos Erros

Erros,errar,
tudo tão elementar,
por muito que digam,
por mais probabilidades
combinatórias e trivialidades
que digam ou possam vir a dizer
a verdade é que mais facilmente
(e mesmo de maneira muitissimo frequente)
erramos do que fazemos aquilo que é correcto.
A regra geral, meus amigos, é tentar não fazer o mal,
tudo é tão prevísivel que faz lembrar o triângulo de Pascal...

quarta-feira, outubro 14, 2009

Ilusionista

Sou como a vida,
crio ilusões.
Sou um criador de fantasia.
Creio em Houdini,
Sou discípulo de Copperfield,
escondo cartas nos meus fatos,
em cantos e recantos que só eu conheço
Creio nos meus truques de magia,
nos mistérios e segredos
escondidos no fundo da minha cartola,
segredos nunca revelados,
que são a alma da minha profissão.
Não me posso dar ao luxo de errar
Não posso falhar uma ilusão,
A vida não é fácil
Não há como voltar a tentar.
Sou mágico, não criacionista,
mas também me podem chamar ilusionista.

Equilibrista

Suspendida na corda bamba
está a minha vida
balanço e volto a balançar
a queda é iminente
mas ainda me estou a tentar equilibrar.
Não há rede lá em baixo,
estou entregue a mim própria
E no ténue ar esqueço tudo e encaixo.
Sou equilibrista,
não há maior alegria
que andar sobre a incerteza
de pisar o vazio ou a corda.
Não vejo grande beleza
em andar de corda em corda
quando tenho a minha,
que não pertence a mais ninguém.

segunda-feira, outubro 05, 2009

Solidão/Novo Mundo

Por muito que eu faça
Por muito que eu diga,
Por mais que eu mude,
as coisas não se alteram,
serei sempre uma deslocada,
uma alma condenada à solidão.
Não encaixo na minha própria terra
sinto-me uma estranha nela...
Já não sei que mais fazer,
A minha vontade é fazer-me à estrada
sozinha, mas feliz,
sem nada nem ninguém,
caminhar em direcção ao mar,
em direcção às ondas
a minha derradeira companhia.
Só elas vão e voltam para mim,
só elas conseguem deixar-me feliz,
por isso parto e deixo tudo
sonho com um novo mundo meu
onde, apesar de sozinha, ao menos sei
que ali não quero ser de ninguém,
quero ser minha e só minha,
mas ainda espero alguém,
embora não saiba bem quem
mas espero, continuo a esperar,
ao menos sei que tenho o mar,
ao menos sei que posso chorar.
Sou uma alma do momento,
vivo consoante o pensamento,
ele é a minha constante,
já nada é como era dantes,
porque muda o pensar e muda o meu rumo,
dividem-se os caminhos dentro da mente
e passo tudo a pente
para que nada escape,
para que tudo me torne contente.
Imagino para mim um mundo melhor,
mais justo, que me dê atenção,
até agora não tive mais que uma mera ilusão,
preciso do real, preciso do surreal,
preciso de ser imortal,
de viver como se não houvesse mal,
de viver sem companhia
mas com uma eterna alegria,
não, não quero estar presa no meu quarto
quando há tanto para ver e para sentir,
quero ver o mundo com os meus olhos,
deixar para trás tudo e talvez todos,
todos que ao fundo são ninguém,
já que nunca tive ao certo alguém.
Nas costas a ilusão,
ponho de lado os medos e segredos
e entrego-me solenemente a este mundo,
que passa agora a ser meu segredo profundo.

Road to Nowhere

Tears runing through my face,
they stop in the corner of my lips
they taste like loneliness
dispair, emptiness.
Tears for fears,
fear of being alone,
fear of a heart of stone.
I'm afraid of loneliness
I'm afraid of fear,
I need you near.
Why can't I go away?
Why do I have to stay?
Why did you go?
Now, the hole in my chest gets bigger
and, as I stare to the vacuum,
the sadness of the view acts like a trigger
and my tears taste worst,
they taste like dispair,
like something unfair,
something who shouldn't be there.
The question isn't "Who" anymore,
there's no "Who" anymore,
there's only "What" left for me.
A "What" without a "Who"
doesn't take away my pain
no, there's something more to do...
So I want to leave,
I have to and will walk alone
The road is all mine now
I might as well enjoy it.

sábado, outubro 03, 2009

The Sims

A vida por um fio,
(neste caso o de um rato),
a amizade é formada,
com técnicas situadas
entre o ódio e o amor.
Uma vida controlada,
quase liberdade condicionada,
para não dizer ditadura,
não somos donos da nossa vontade
tudo é imposto, desde a mais básica necessidade,
há mais parva actividade.
Não dá para viver assim
num mundo onde é tudo virtual
onde nada é real, nada é verdadeiro,
nem o amor, nem o ódio, nem sequer o jardineiro!
Casas construídas em menos de 10 minutos,
imobiliária de sucesso, tudo ao nosso gosto,
com um pequeno senão: não há mais gostos após isso,
só obrigações, preocupações, confusão !
Digam-me, como é possível viver
num mundo onde não há liberdade,
num mundo de imaginação acorrentada
de gente presa e pré fabricada que,
no fundo, não suspeita de nada...

quinta-feira, outubro 01, 2009

Infância

Quero voltar à infância
e esquecer que alguma vez cresci.
Quero reviver o que vivi
voltar à casa na árvore,
aos serões na rua,
voltar a pensar que a lua é um queijo
E a sonhar com o derradeiro primeiro beijo.
Quero esquecer as memórias,
voltar a ser uma criança
não ter preocupação alguma
senão brincar e sonhar,
pintar e imaginar um mundo justo,
um mundo bondoso,
como nos desenhos animados,
rir com os meus amigos
voltar aos tempos em que éramos todos unidos
e em que riamos às gargalhadas
de anedotas e também piadas,
talvez idiotas, mas no fundo inocente.
Ah, riso de criança,
mais belo que qualquer música ou dança,
que encanta e nos espanta,
pois num riso está contido
tudo o que é a infância:
Saltar e correr,
rir e chorar,
brincar e voar com a mente,
ser avião e comboio,
ter bonecas e carrinhos
imaginar como será ser gente,
querer tudo e contentar-se com o nada.
Tempos antigos,
em que a alma era inocente, pura, preservada,
sem que nada a corrompesse,
mas agora, oh o agora,
tudo me parece apenas uma história,
tudo é diferente neste mundo perverso,
no entanto, continuo a sonhar e imaginar,
a correr e a saltar,
para dentro de mim
manter viva esta criança,
que me permite ainda ter esperança,
que as pessoas venham a mudar,
que o mundo deixe de ser injusto
que a lua volte a ser um queijo
e recordar aquele primeiro beijo
como uma boa recordação
e não como um acontecimento vão.

quarta-feira, setembro 30, 2009

Para ti R.

Que pobre despedida
nesta triste partida
em que fico sem uma parte de mim.
Não há nada a fazer
já fiz a minha investida
sem sucesso algum,
foi como perder todos os trunfos,
ficar sem jogo algum.
Não há mais cartas no baralho,
não há mensagens na caixa de correio,
não há restias de comunicação,
resta investigar onde estas estarão
(isto se, de facto, estão).
A saudade deixa marcas,
que não se conseguem ver,
mas eu sinto dia a dia
o quanto isso me faz sofrer.
E no alvor da madrugada,
chego à conclusão de que nada,
nem ninguém, sabe o que sinto,
nem sequer eu já que
este meu coração é teu,
roubaste-o de rajada,
deixaste-me abismada
no meio da rua e sem nada,
agora falta saber,
se o teu coração de ladrão
me queres também oferecer.

segunda-feira, setembro 28, 2009

De que serve olhar as nuvens, se não te podes deitar nelas?

Sento-me à janela e, mais que olhar, observo. Vejo o céu, vejo as nuvens laranja que, à medida que o sol se põe, ganham tons de rosa como se envergonhadas estivessem e finalmente ficam roxas. O dia está a acabar.
Quando me sento e olho para o céu pergunto a mim própria o porquê de olhar as nuvens. Não percebo bem o que há nelas que tanto me fascina. Será a sua mudança de cor com o passar do dia? Será porque tenho esperança de um dia me poder deitar numa? Hmm, não sei.
Tenho curiosidade, tenho fome de saber, porque é que as nuvens se movem, porque é que elas às vezes não se querem mexer? Não quero mais dúvidas, quero respostas concretas, talvez olhe para o céu à procura delas, talvez estejam escondidas algures numa nuvem...
Olho para as nuvens. À dias em que o céu parece a arca de Noé, versão 2. Tão depressa vejo um cão como no momento a seguir ja vejo uma galinha. O vento molda figuras nas nuvens, como se de um escultor se tratasse, mas são efémeras, o vento não gosta de conservar, gosta de mudar, seja de direcção ou de intensidade. Mudam os ventos mudam os tempos... e as figuras. Há quem não as veja, as figuras, e por essa mesma razão padecem de uma doença que é a falta de imaginação. Começam por lhes retirar, quando ainda são pequenos, a criatividade e depois eles próprios acabam por matando a imaginação de forma brutal, um crime horrível e que é cometido frequentemente.
Penso bem, penso outra vez e chego à conclusão que vale a pena olhar as nuvens e imaginar, apesar de não nos podermos deitar nelas...

segunda-feira, setembro 21, 2009

Valorizações e quantificações

Para quê quantificar o amor?
Para quê dar valores à amizade?
Não será mais importante saber
se estes nos trazem felicidade?
Não há como descrever
Estas emoções que se instalam em nós
por isso nem vale a pena tentar saber
que valores e quantidades têm elas
já que só nós que as sentimos
podemos diferenciar,
sem recorrer a números,
raízes quadradas ou qualquer outro par!
Porquê equacionar teorias?
Porque não aproveitar todos os dias
aquilo que a vida tem para oferecer?
Porque é que complicamos o que é simples?
Porque não viver a vida como ela é,
acariciar a neblina matinal,
provar a chuva,
sentir o vento nos cabelos.
Ah! Que bela sensação!
Sabe bem sair de casa
para entrar noutra a seguir,
porque o mundo também é o nosso lar,
uma casa tão extensa
com tanto para descobrir.
Por isso, pergunto eu,
Porque o estão a destroir?

quinta-feira, setembro 10, 2009

11/09/2001

Lembro-me como se fosse hoje: Cheguei a casa da escola, tinha eu 9 anos. Liguei a televisão e comecei a ver os desenhos animados, cumprindo a rotina habitual. Não fazia a mínima ideia que o mundo como o conhecia iria mudar de forma drástica numa questão de minutos. A meio de uma cena de comédia interrompem o programa para uma notícia de última hora. "Uma das torres do World Trade Center foi atingida por um avião." Continuei a acompanhar as notícias e, de repente vi algo no fundo do ecrã: era o segundo avião. Vi-o embater contra a outra torre e não sabia o que dizer, nem fazer. Continuei a acompanhar a reportagem, vi imagens de pessoas que se atiraram das Torres como última alternativa. "Parecem pássaros atingidos por uma bala"-pensei eu. Vi tudo. Tive medo. Tive pena. Tantas dúvidas insurgiram nesse momento e muitas delas tão precoces para uma criança de 9 anos, mas sei que não fui a única com tais pensamentos pois até entre amigos discuti o assunto e todos eles sentiam o mesmo que eu.
Nunca sonhámos que algo como aquilo que sucedeu no dia 11 de Setembro de 20001 pudesse acontecer, mas aconteceu. Milhares de perguntas, poucas com resposta, mas sabiamos que montes de crianças tinham perdido os seus pais nesse dia, montes de familias tinham perdido membros e sabiamos que era horrivel o que estava a acontecer. Ainda hoje me afecta, ainda hoje me lembro de tudo nesse dia, porque marcou a nossa geração, tal como acontecimentos como a queda do muro de Berlim marcou a geração anterior. Este acontecimento é o símbolo que o nosso mundo corre perigo, que qualquer um de nós pode ser o alvo desta guerra "silenciosa" que é o terrorismo. Acho que a pergunta mais significativa que me ocorreu nesse dia e que ainda hoje permanece é: "Porquê?" Continuo a não perceber como é possível a humanidade cometer crimes deste género, descer tão baixo e de forma tão cruel. Acho que os Homens estão a começar a perder aquilo que os identifica: A sua humanidade. Mas isso sou só eu a pensar alto. Mas creio que tenho razão...

Me, Me, Me, Me and, oh, I almost forgot...ME!

Esta é uma daquelas alturas em que a única palavra que consigo dizer é: Foda-se. Sim, peço desculpa pela asneira, mas é o que se adequa a este momento porque mais uma vez fiz o improvável e anormal: fiz asneira.
Gostava de saber o que vai dentro do meu cérebro para que todo o mundo à minha volta seja perfeito e eu seja a unica com problemas quando isso é pura MENTIRA. Toda a gente tem problemas, não sou só eu! Mas, não! É muito dificil para o meu cérebro processar essa informação porque tudo gira à volta de mim. Para ele só existe eu eu eu eu eu eu e eu! Depois o resultado é começar a pensar que está tudo contra mim, que tudo me quer atingir ou magoar ou então abandonar, quando a verdade é que as outras pessoas têm mais com que se preocupar e às vezes não é facil lidar com vários problemas. Por essa mesma razão preciso de me insultar por ser um ser humano irritante e idiota, também por ser ignorante, egocêntrica e estúpida. Já que mais ninguém me chama isso pela frente, mais vale ser eu própria a admiti-lo.

Kudos friends!

domingo, agosto 30, 2009

(Re)Nascimento

Não há como descrever
seja a vida ou morte
nascer ou morrer
não há como saber
o que irá acontecer a seguir,
iremos ficar?
iremos partir?
iremos entrar
ou simplesmente vamos sair?
Eles dizem que é o destino,
mas essa é uma outra maneira de dizer que é azar.
Será um menino?
Será uma menina?
Como saber? Como adivinhar?
Não há carta nem chave
Para se decifrar o mistério.
Será biológico?
Será adultério?
Questionam-se as vozes do bairro dos boatos
Apenas falam, nunca vi nada de actos...
Ao fundo vê-se uma luz,
pode ser um passaporte para o paraíso,
ou talvez para o inferno.
Mas não,
vê-se a luz, ao longe uma face encoberta
por um véu verde pantanoso,
E, de repente, tudo acontece,
Como é fabuloso
quando uma nova vida aparece
em resposta a uma prece,
em resposta a um desejo,
de ter alguém no mundo,
no qual me revejo.

sábado, agosto 29, 2009

Atenções e outras questões

Apesar de ninguém o admitir, todos nós ansiamos por um momento de atenção, um momento em que todas as luzes estão viradas para nós. Eu admito, gosto que me deiam atenção, por boas razões, como é lógico.
É essa a questão que aqui se coloca: Devemos querer que nos prestem atenção por todas as razões?
A minha resposta é não!
Sim, infelizmente existem pessoas que querem toda a atenção concentrada neles próprios, seja por boas ou por más razões, embora, infelizmente, costume ser por más razões. Fazem de tudo, traíem, dizem mal de outras pessoas, embebedam-se compulsivamente por questões de "estilo", exibem-se de todas as maneiras e mais alguma, fumam para se armar em maduros, fazem inveja com coisas insignificantes, rejeitam os outros ou tratam-nos de maneira diferente, fazem-se de coitadinhos(as)etc. Alguns acham-se "rebeldes", outros acham-se "pobrezinhos" e outros acham-se os "maiores", mas isso só prova que existe muita falta de carácter no mundo. Se é atenção que querem, deviam conquistá-la de maneiras correctas, ajudando quem podem, sendo leais, justos, etc, etc, etc...
Mas como já é habitual, são raras essas pessoas, quase tão raras como os políticos justos e verdadeiros(sim, também são muito raros, mas isso é um assunto à parte), mais raras que os diamantes.
Como sempre, temos que viver com essas pessoas, às vezes nós próprios também somos assim, mas há quem abuse...
Não há nada a fazer, somos apenas humanos, a dita "raça superior" que mete a pata na poça constantemente!
Onde está o Super Homem quando precisamos dele? E o Homem Aranha?
O facto é que a nossa única salvação é mesmo cada um de nós tentar ser um Super Homem ou Super Mulher, ou seja, um herói, através de pequenos gestos que fazem a diferença. A questão que se coloca agora é: "Acham que conseguem? "

quinta-feira, agosto 13, 2009

Não!

Não faças isso!
Não digas aquilo!
Não vais sair!
Não te deixo ir!
Não!Não!Não
Não faço a cama!
Não dispo o pijama!
Não arrumo o quarto!
"Já estou farto!"-
dizes tu, olhando-me
com esses olhos austeros,
queres prender-me com ferros
mas eu não vou deixar.
Não!Não!Não!
Que palavra tão frequente
na vida de uma adolescente.

domingo, julho 12, 2009

Re-Think

Can't we see our own decline?
Society is so damn complicated
So, it's really hard to even define
What's wrong and what is wright.
We live in the shadows
but I hope, someday, we'll see the light
and then understand the mistakes we made:
Selfish men who will never fade
Lies and games we always played.
Why can't we simply face
that someday the fate
we'll be the extinction of our own race.
We kill, we torture,
destroy and ruin,
Where is friendship?
Where is peace?
They're gone forever
And will never comeback.
The entire world is being covered up
By a huge shade of black,
Society isn't going anywhere.
So, my friends,
Now I ask:
Are we really God's image on Earth?

quinta-feira, julho 09, 2009

Small reflections

This world is upside down
turned in the wrong direction.
If you stop to think about it
You will see.
I stoped thinking about me
for just a second
and tears burst into my eyes.
We trully are all selfish
Even the kindest person,
Has a monster inside him/her.
The truth is out there,
but it's too sunny,
I rather stay at home.

Lisboa menina e moça

Lisboa,
cidade mundana
de gentes e costumes tão diferentes,
cidade de luz e de escuridão,
cidade de contrastes e contemplação.
Oh bela, como és bonita,
apesar de todos os teus defeitos,
de pareceres uma arena de combate
há ainda quem te ame e quem te admire,
quem um piropo remate
ao olhar para ti de relance.
Naquela auge citadina,
vemos uma mistura de nações,
de Inglaterra à Argentina,
Unem-se diferentes facções:
Ricos, pobres, classe média,
tudo aí se mistura,
fascinando quem por ali passa.
Também vejo dor,
amargura e tristeza
transtornando essa tua beleza
mas não há nada a fazer,
o mundo é como é,
isso já consegui aprender.
Ah! Como é bom passear
junto à beira rio,
ou será à beira mar ?
Que interessa,
quando vagueio nos teus recantos
o tempo não passa
e eu não tenho pressa.
Desde Belém a Benfica,
olho para o rio e vejo barcos
que partem para o outro lado do mundo
desafiando o escuro oceano profundo,
vejo gaivotas que pairam no ar
contentores por carregar
(fico a imaginar o que encerram)
vejo ao longe uma chaminé,
um cartaz a brilhar,
vejo rebuliço e confusão
a qualquer hora e qualquer segundo:
Ninguém pára este mundo!
No entanto,
no meio de sangue, suor e turbilhão
encontro um esconderijo
um sitio para me esconder
de todo o stress e multidão.
Comece em St.Apolónia ou no Rossio
prometo que te correrei de fio a pavio,
oh cidade de loucos,
onde homens com juízo, meu deus,
existem poucos.

segunda-feira, julho 06, 2009

Lições acerca de variadas definições

Definições: conjuntos de palavras que, juntas, formam frases que por sua vez se conjugam para descrever objectivamente algo. Esta é a minha definição de "definição". Existem tantas definições no nosso mundo, tantas que praticamente cada coisa tem uma... cão, gato, árvore, vento, mar, fogo, pessoa, tudo tem definição. Até conceitos tão abstractos como amor, tristeza, ódio, raiva, têm uma definição, uma definição dada pelo Homem para melhor poder compreender o que são, mas, na verdade, estas mudam, são dinâmicas, adaptam-se aos tempos, aos ideais e às pessoas.

Amor: "A palavra amor (do latim amor) presta-se a múltiplos significados. Pode significar afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc. O conceito mais popular de amor envolve, de modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém, ou com algum objeto que seja capaz de receber este comportamento amoroso e alimentar as estimulações sensoriais e psicológicas necessárias para a sua manutenção e motivação." Eis a definição. Mas será este o significado para toda a gente? Duvido muito disso...

E tudo isto para quê, perguntam vocês? Bem, comecei a questionar à uns tempos o verdadeiro significado/definição de "amigo(a)" para mim e começo a perceber que está a mudar, questiono-me se não terei que ser mais selectiva, se não terei que começar a por amizades à prova. Num momento somos amigos de uma pessoa e no outro, tudo muda e já deixámos de o ser... Questiono-me: Será que o mundo à minha volta mudou assim tanto? Ou terei sido eu a mudar? Acho que mudei. Terei mudado o suficiente para conseguir ver com mais claridade as coisas? Ou será que simplesmente não aceitam a pessoa em que me tornei? Tantas questões, tantas dúvidas que me assaltam... Só queria perceber, porque num momento me estão a dar a mão, a ajudar-me a levantar e no outro já me estão a empurrar de novo para o fundo do poço...

Será, então, que as definições são realmente absolutas? Dá que pensar...

sexta-feira, junho 26, 2009

Memórias de tempos passados

Passo em frente daquela janela. Antigamente costumava olhar para ela com a eterna esperança de te ver mas, hoje, olho para ela e sei que essa esperança perdeu-se com o tempo. No lugar dela, estão apenas os brinquedos de uma criança. Olho e volto a olhar. No fundo lembro-me das vezes em que sonhei que aparecias nela para me olhar ou mesmo cumprimentar. Um pequeno gesto, era tudo o que bastava para aquecer o meu pobre coração apaixonado. Hoje em dia, já se perdeu esse primeiro amor, esse amor inocente mas que tantas vezes me fez sofrer a mim, pois tu, tu nunca sofreste, tu nunca soubeste o que é ser rejeitado todas as vezes que tentas mostrar o que sentes. Mas compreendo-te, no fundo. Não se escolhe quem se ama ou deixa de amar.
Passeio por estas ruas que, em tempos, eram o pátio das minhas brincadeiras, o meu recreio, mas que hoje são apenas ruas por onde passeio, ruas da minha prisão pessoal. Sim, estou presa, falta pouco para sair, mas por agora não consigo. Fujo, mas acabam sempre por me apanhar e voltar a aprisionar, nesta terra, neste pequeno grande mundo de pernas para o ar, sem lógica e sem qualquer sentido. Por debaixo das terra e da erva tudo apodrece... e eu não quero, não posso, não consigo continuar aqui. Tentam que eu apodreça, que me junte à demais sujidade, mas eu não vou ceder, não posso. Por isso não saio, por isso fecho-me num dos únicos sítios que ainda não apodreceu, que continua verdejante e vivo, ameaçado pelos vermes e insectos, mas que ainda resiste. Estas ruas, elas aprisionam-me, estas pessoas, elas oprimem-me, mas eu resisto, eu luto, travo uma batalha contra a maioria, defendo a minha pequena anarquia, que jamais conseguiram destruir. Tudo, para mim, mudou. Quando somos crianças não vemos o mundo que nos rodeia com os mesmos contornos que quando somos adolescentes. Apercebemo-nos que algo está mal, mas, desde que tenhamos amigos e que não se acabem as brincadeiras, por nós tudo bem. Mas agora que os amigos se tornaram inimigos, agora que conhecemos o outro lado do mundo, pensamos duas vezes e vemos que nem tudo é o que parece. Já nada me prende aqui, já nada me impede de partir. Sei que não deixo nada para trás, porque tudo aquilo que mais amo está guardado comigo no meu coração. Vou arrancar o rótulo que me puseram, começar uma nova vida, ter um futuro. Voltarei um dia, talvez para visitar aqueles que um dia me tentaram deitar abaixo, deixar que eles me vejam, para que vejam que mudei, que não me souberam dar valor, que tudo o que fizeram só me tornou mais forte. Espero, não, luto para que esse dia chegue, porque nesse dia, todas aquelas memórias de tempos passados, todo o sofrimento, terá valido a pena, porque consegui o que queria. Nesse dia, serei a pessoa mais feliz e vingada do mundo. Não me vou esquecer de nada, o meu coração guardará todas as cicatrizes que me infligiram. Já que não me vou juntar a eles, vou vencê-los no seu próprio jogo. Assim será.

sábado, junho 20, 2009

Sonhos, vidas, mundos

Quero viver sonhando,
sonhando que vivo vivendo,
num mundo que eu entendo.

Será real? Não sei,
como posso eu saber,
se, nem ainda sei,
se vivo num sonho,
ou sonho viver?

Será fantasia? Talvez
Num mundo tão irreal,
desleal e desigual,
não vejo qual é o mal
de viver num sonho.

De sonho em sonho,
é assim que vou vivendo
é este o meu eterno alimento
é assim que vou aprendo
e assim me sustento.

Prefiro assim viver
do que andar a recolher
os restos de um mundo
que já não o é,
passou a imundo,
pobre e sujo
como um vagabundo.

E assim vou sonhando
E assim vou vivendo
Até ao final do meu sonho.

Dádiva

Sou a mulher mais pobre do mundo
mas, no fundo sei,
que só o sou
porque, a este mundo,
tudo dei.

Dei suor,
lágrimas,
e restos de dor,
Dei-lhe risos,
felicidade,
orgulho e amor.

Tanto dei,
que julguei, então,
sem nada ter ficado,
Só que o mundo,
cruel vagabundo,
não se deu por contentado,
Arrancou-me tudo quanto era bom,
Despiu-me, maltratou-me, sujou-me.

Fiquei pobre,
de tudo o que dei,
apenas me restam cinzas e restos,
e foi com isto que fiquei
mais o meu coração.

Apesar de tudo ter dado,
apercebi-me, depois,
de, lá no fundo,
estar guardado,
dentro do coração,
bem fechado,
tudo aquilo que de bom há:
amizade, felicidade,
bondade,verdade,
bons e maus momentos:
toda uma vida intacta,
conservada apesar das adversidades,
dos choques, sofrimentos,
roubos e outras maldades.

Foi aí que compreendi,
que pobre nunca fui,
nem nunca serei,
tenho em mim guardadas
as maiores riquezas e tesouros
jamais imaginadas.

São elas que fazem de mim
lá no fundo
A mulher mais rica do mundo.

domingo, maio 31, 2009

Agradecimentos

Passa mais um ano escolar na minha vida, mas um ano que será para sempre recordado como aquele que provavelmente mais me marcou. Não fiz nada de notável, não descobri a cura para a SIDA, não arranjei nenhum namorado. Não, não fiz nada de impressionante, por muito que o possam dizer, mas aconteceram-me coisas que mudaram para sempre quem eu sou, a maneira como sou, até mesmo a maneira como olho para mim.
No início do ano eu era diferente daquilo que sou agora, não só no aspecto mas também na maneira de encarar a vida. A minha vida era o meu futuro, o meu aspecto não importava, pois por mais que fizesse não iria ficar bonita, tinha que agradar a tudo e todos para estar bem comigo própria e tinha que simplesmente seguir a rotina, todos os dias, como sempre, ficando sempre em 2ºplano, colocando os meus interesses em 2ºplano, colocando a minha felicidade em 2ºplano. Mas agora não. Agora vivo no presente, aproveito-o, aprendi a viver o momento e a pensar um pouco menos no futuro. Percebi que antes de gostar de alguém tenho que gostar de mim, conseguir olhar para um espelho sem ter medo de o partir, percebi que o que os outros pensam daquilo que eu uso ou deixo de usar não me interessa, só eu é que tenho o direito a escolher como modelar o meu aspecto. Compreendi que não posso estar com toda a gente ao mesmo tempo, que na vida há que fazer escolhas, escolhas essas que nos façam felizes, que sejam boas para nós e que nos ajudem a crescer como pessoas e eu escolhi. Foi uma escolha, foi o quebrar da rotina, a mudança que eu precisava. Por essas mesmas razões, acho que, depois de um ano a ajudarem-me a mudar, a aturarem as minhas infantilidades e a aceitarem-me como sou, o mínimo que posso fazer é agradecer, em especial, à Mariana, à Mónica,à Carlota e à Cris. Não há nenhuma ordem especial, nem estou a dizer que só elas é que me ajudaram, só que elas merecem um reconhecimento especial por tantas razões mas em especial, por terem entrado na minha vida. É a elas a quem devo um ano espectacular, com bons e maus momentos, mas que só tornaram mais fortes a nossa amizade. Posso dizer, tal como já elas devem saber, que elas são minhas melhores amigas, tal como outras pessoas que já o eram e continuam a ser. Graças a elas mudei, deram-me a coragem que necessitava para o fazer, ralharam-me por não o ter feito antes e apoiaram-me contra tudo e contra todos quando eu mais precisava.
Às vezes as palavras são a melhor maneira de eu me expressar, mas não há palavras que descrevam o quanto significam para mim. Obrigada meninas :')

segunda-feira, maio 11, 2009

Amor, Amar

O que é amar? O que é o amor? A mim parece-me que é tudo um caso de tentativa e erro até acertar no sítio certo, ou melhor dizendo, na pessoa certa. Só que há um preço tão caro a pagar por cada erro, um preço que pode despedaçar-nos o coração, causar-nos sofrimento mas que pode também ensinar-nos a suportar a dor, a lutar por aquilo que queremos, a não cometer o mesmo erro 2 vezes. A vida sem amor é como se tivessemos um buraco negro no peito, que suga tudo o que é dor, sofrimento, mágoas, solidão. Mas amor a mais tolda-nos a nossa visão do mundo, cria uma ilusão que nos cobre totalmente e que afecta todo o nosso raciocínio. Tem que haver um meio termo, há sempre um meio termo, só assim se pode coexistir. Amaralguém requer dedicação, requer força para mudar e adaptar. Há que saber moldar-nos à medida do outro e vice-versa. Há que ser sincero e confiar. São coisas que, verdade seja dita, já não existem em grande quantidade neste mundo, um mundo de consumismo que agora se espande ao amor no aspecto do "comer e deitar fora" e do "brinquedo novo". É tudo tão superficial hoje em dia, é tudo tão distante... Todo o amor gira à volta de telemóveis, emails, messenger. Não devia ser assim... As palavras quando são escritas podem ser apagadas, reescrevidas e melhoradas mas tudo tem outro encanto quando é dito ao ouvido, quando temos o prazer de passar momentos inesquecíveis, por mais simples que sejam. É um mundo em mutação e o amor, esse velho bandido, não lhe escapou. Há que voltar a amar como se amava noutros tempos. Recuperar o que de bom tinha o amor antigamente e manter o bom que tem o amor hoje em dia. Só com uma fusão será possível atingir um amor quase perfeito a nível emocional. Só assim amar terá sentido novamente.

sábado, maio 09, 2009

Black Heart Inertia

Just like that,
it's done,
another one made me bite the dust.
Now
All there is to do is
Survive.
Isn't it what we all do?
My heart is back
To the black inertia.
The lights are out
I cry out in my sleep,
It's such a lovely day
to suffer, to experience rejection.
Tonight the stars shine
Tonight the moon is full
But I can't stop thinking
How I was a fool.
The story repeats itself
Too many times,
Too many people.
Why me?
Hasn't my heart experienced enough pain?
Were all my fights in vain?
I try not to think
I try not to feel
But all that I want to do
Shouting to the air
And kneel.
My heart is black
The pain is back
All I see is a rope in my neck
But I won't surrender
That's what a coward would do
No, I'm here to stay, I'm here to fight
But not for you...

sábado, maio 02, 2009

Incompreensível

Não quero
Não penso
Desespero
Não falo
Não ouço
Não quero ouvir,
Falar,
Pensar,
Sentir.

Digo não,
porque não quero dizer sim,
Não me calo
Porque quero falar
Mas diga o que disser
nada se vai alterar

Falo na esperança
De um dia alguém me conseguir calar.
Falo de esperança,
Penso em desespero.
Sem extremos,
Sem medidas,
Sem limites.

Não quero pensar,
Porque penso em ti,
Não te quero ver,
Já só quero esquecer
Que existes,
Que desististe,
Que não insistes.

Nada mais há a dizer
Sofreste,
mas agora és tu que fazer sofrer.

O Homem do Cachimbo

No caminho para a paragem
Todos os dias o vejo,
Quando o novo dia que nasce
ainda parece miragem.

Surge de um caminho encoberto
Envolto na névoa despertina
Às costas leva a carga pesada
Que o traz desperto.

Roupagem simples e desgastada
Rosto fatigado, marcado pelo tempo
E entre a boca e a bigodaça avantajada
Um cachimbo aceso, atiçado pelo vento.

Não sei quem ele é,
De onde veio,
Para onde vai,
Nem onde trabalha,
Nem quando entra ou sai.

Mas aquele cachimbo que fuma
Envolve-o num misto intemporal
Como se ao vê-lo no momento
Estivesse a andar para trás no tempo.

A voltar a outras épocas
Outras alturas
Onde todos os dias
Encerravam aventuras,
Onde havia gentlemans
fumando cachimbo.

Fico perdida neste limbo,
E a sonhar com outros tempos,
Mas quando acordo percebo
Que era um sonho, e tudo o que restou
Foi o homem do cachimbo
Que por mim passou.

quinta-feira, abril 30, 2009

De volta de um sonho...

Sonhei que vivia num sonho
Ou num sonho sonhei que vivia
Num outro sonho,
Onde os sonhos eram vida
E a vida era o sonho.
Todos sonhavam,
Todos viviam,
Todos sentiam,
Todos amavam,
Sem excepções,
Sem porquês,
Havia limites? Não.
A resposta para as perguntas
Estava na nossa imaginação.
O sonho acabou,
Mas a vida continua,
Sempre continuou
E sempre assim será,
Mas viveremos nós num sonho?
Ou sonhamos nós que vivemos?
Ninguém sabe,
Como poderiam saber?
Talvez tudo seja um sonho,
Onde sonhamos viver…

sábado, abril 18, 2009

O meu paraíso é uma sala de cinema

O meu paraíso é uma sala de cinema. Nessa sala não há restrições, não há horários, nem confusões. Não se paga bilhete para entrar. O tempo existe, mas senta-se ao nosso lado, esquece também ele o futuro e o passado e limita-se a ficar parado, mudo, quieto e calado.
Nela reina o silêncio, a calma mansidão quebrada pela banda sonora, pela actriz que (faz) que chora, pelo barulho das roldanas, pelo crepitar da película queimada. Tudo negro, escuridão total, as luzes não se acendem, nem mesmo no final. Um final, que não o é, pois mal acaba um filme, seguem-se outros sem paragens, nem intervalos.
Vejo filmes, aprendo com eles, revejo-me neles, choro com eles. Ah! Que bom é poder nada fazer e no entanto tudo ver. Magia, emoção, romance, drama, acção. E existe até lugar para o real, para o chocante e para o banal.
Tudo isto me faz sonhar, imaginar, inventar novas histórias e finais. Viajo por mundos de tanta magia e emoção que nem acredito que nunca saí do meu cadeirão!
Ao meu lado, um balde de pipocas estaladiças e um copo de sumo, não há mais nada, nem sequer uma réstia de fumo. Acaba um filme, mas começa outro, e neste turbilhão esqueço o filme da minha vida que é tão diferente, ao qual digo: Até mais não!

quarta-feira, abril 15, 2009

Something in the way...

Não me encaixo,
Não me enquadro,
Sou peça do puzzle,
E, no entanto, estou sempre a mais nele.
Sou a ovelha negra do rebanho
Sou o risco no desenho,
O elemento neutro,
O zero, que nem é positivo,
Nem negativo.
Sou um ser não apelativo,
Sou um electrão com carga positiva!
Não tenho lugar,
Vivo na expectativa de aprender
Significados de palavras como “pertencer”,
Vivo com rumo e no entanto
Não sei para onde o vento me leva.
Sou como a poeira que levanto:
Insignificantemente insignificante.
A incerteza em mim é abundante,
Medos em quantidade alarmante,
Tabus que não o deveriam ser,
Acções que não deveriam acontecer.
Esta sou eu,
Que mais posso dizer?

quinta-feira, abril 09, 2009

Viagens por esse universo e arredores de lá...

Chega de monotonia!
Vamos dar um salto à lua?
Navegar nos seus mares?
Pular por cima das suas crateras?
Arrancar um pedaço dela?
Hmm, melhor pensando,
Vamos também a Saturno!
Balouçar nos seus anéis,
Fazer corridas neles também!
Não esquecer de visitar a estrela polar!
Tanto para ver, tanto para visitar,
o universo é extenso,
o tempo parece parar.
No vazio, não há matéria,
há beleza, mansidão,
há tristeza, solidão.
Porém,
quando se viaja acompanhado
Nunca se está só.
Vamos lá!
Vamos visitar constelações!
Vamos explorar buracos negros!
Vamos navegar na via láctea!
Orion, Ursa Maior, Ursa Menor,
Castor e Polux,
todas estão à nossa espera!
Basta imaginar
E estamos a viajar,
A quebrar a rotina,
A ver o universo,
e tudo o que está para além dele...

domingo, março 22, 2009

Times, oh they change...

Oh, the times,
they change,
they change things
people, citys,
they change us.
We can try
and resist,
but the time,
He will allways insist.
Time is like a wave,
it comes and goes,
but never stays.
Time is a machine,
he has no feelings
he doesn't stop for anybody.
Time breaks things
And fixes others,
Time destroys,
Time creates.
It gives,
and it takes it away.
Time is fair
Time is strange,
sometimes it passes trough us running
others it just takes too much time passing by.
Nobody discovered
the reason why.
Maybe one day,
Time will give it away.

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Diário de Bordo

18:15, 22 de Fevereiro, 2009
Peniche


Estou na varanda do quarto do Hotel a observar o pôr-do-sol. O tempo, para mim, parou. Não passam as horas, os minutos e segundos. A única coisa que se move é o sol, pouco a pouco, recolhendo-se no seu refúgio subterrâneo nos confins do mar.
Enquanto ouço a Sunburn dos Muse, olho para o horizonte, observo o mar e penso nos segredos que este ainda tem para revelar. Tento adivinhar o que se esconde para além daquela linha imaginária que representa o horizonte, mas só me ocorre que muito provavelmente serão pessoas desconhecidas, navios naufragados, uma ou duas sereias, um barco de pesca ou então terras (ainda) desconhecidas. O sol está a quase a desaparecer, cada vez que olho esconde-se mais um centímetro ou dois e a noite começa a estender o seu manto negro: começa o crepúsculo. O céu rosado, que começou por ser laranja e depois vermelho, começa agora a ficar violeta. É uma rapsódia de cores e tonalidades sem fim.
Nas dunas, a noite começa a estender o seu manto, as gaivotas começam a descer para os seus ninhos e eu, aqui na varanda, a contemplar todas estas mudanças. Agora o sol já desapareceu, começa a abandonar o meu corpo toda aquela sensação de calor que antes tinha. Ainda não há estrelas no céu, mas elas aparecerão, gostam de ser contempladas demais para se esconderem por muito tempo. No entanto, já há luz na rua e os banhistas começam a recolher-se nos hotéis.
Nem parece Inverno. O som do mar, tão perto de mim, remete-me para as férias do Verão. Mas de novo o frio que me gela as mãos e a espinha transporta-me para a realidade. Ainda nem me fui embora e já sinto saudades do mar, da sensação de serenidade, calma e sossego que este me transmite. É tão essencial, tão único, não sei como aguento tanto tempo longe dele.
Ainda o vou ver amanhã, mas não será a mesma coisa, será sempre uma despedida, triste e desgostosa como todas as outras que já tive que fazer.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

"Stars, when you shine, you know how I feel..."

Olho para as estrelas e penso em ti,
Contemplo o horizonte e penso em ti,
Quero-me concentrar,
Tento, não consigo, pois penso em ti.
Quando o faço, quando te vejo,
o meu olhar brilha,
o meu coração salta, quase explode,
sinto uma onda de calor invadir a minha face,
uma felicidade extrema que não tem explicação,
felicidade sem aparente motivo ou razão, senão tu.
Estás preso à minha mente, alma e coração,
não sais, não te deixas expulsar,
és mais forte que eu,
mais forte que o meu ser.
Penso em chocolate e acabo por pensar nos teus olhos
Penso em verde e acabo por pensar em ti,
na esperança que representas para mim.
Nunca te tive, mas já te perdi,
Nunca me quiseste, mas eu sou tua,
Nunca me deste o teu coração, mas eu dei-te o meu,
Nunca me pediste nada, mas eu quero dar-te a lua,
o mar, as estrelas, o sol,
para que nada te falte,
para que sejas feliz.
Só penso em ti, nunca pensei em mim,
e agora penso e vejo que não sei porque o fiz.

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Coisas (pensativas) da vida...

Eu penso demais. Sou uma TA (Thought Addicted=Pensadora Viciada). A verdade é que já nasci a berrar.....e a pensar. Não me lembro qual foi o meu primeiro pensamento mas deve ter sido qualquer coisa do género:"Isto é horrível! Tirem-me deste mundo! :O" (Daí eu estar a chorar) Mas isso é só o choque inicial, depois vai passando mas, atenção! Pode voltar! É nesse momento que nos tornamos Emos(Lá está, estou novamente a pensar de mais).
Eu penso em muitas coisas mesmo, penso no futuro, no passado e às vezes no presente, embora devesse pensar mais. Penso mais nos outros do que em mim, embora por vezes ninguém o consiga ver. Penso nos amigos, nas paixonetas e paixões. Penso na escola, nos livros, fantasias e também na minha própria morte, mas isso já foi mais frequente do que agora (felizmente). Penso em tanta coisa que até admira nunca me doer a cabeça de pensar! Tenho muitos pensamentos ridículos, do género: "Uhh que fixe! É a primeira vez na minha vida que estou a andar neste pedaço de alcatrão!". Para muitos isto poderá parecer estúpido, mas dá uma certa alegria à vida pensar que estamos a viver novas experiências. Ultimamente tenho pensado o quão boa tem sido a minha vida comparada com outras, também tenho pensado que estou gorda, penso também que tive muita sorte este ano escolar no facto de, numa questão de meses, ter conhecido pessoas tão especiais que já não imagino como seria a minha vida sem elas. Também penso que lhes tenho que agradecer o facto de terem entrado assim na minha vida e me terem deixado entrar na delas. Penso no facto de estar a ficar mais feminina, no facto de cada vez me dar melhor com o meu irmão(coisa impensável aqui à uns anos) e no facto de talvez ainda ter que enfrentar dilemas que pensava nunca mais ter que atravessar.
Como já deu para reparar, penso mesmo demais, mas, a vida é para ser vivida mas também reflectida por isso pensar nela já não é mau de todo!

domingo, fevereiro 01, 2009

The rain will pass, the sun will shine again (um poema para a Mariana)

The rain is falling again
and with it your smile felt too
The clouds are crying
so as your heart
The whole nature seems to be
reflecting your feelings in the moment
How I hate to see you like this
But my hate turns into sadness
and my sadness turns into melancholy
'Cause I miss that smile you had
Every time I saw you then.
But now, you're depressed
you're sorrow turns you
into a total mess.

You have to be strong
You'll have to fight
the rain,
the wind,
the cold,
but you can do it,
I'm here, we are here
for you.

The rain will stop,
The sun will shine again,
your heart will sing once more
and the smile,
that beautifull daring smile
He will be once again
in the place were it belongs.

Mariana, este é só para ti :) (post nº 150 :D )

It's difficult...

In a second,
all changed.
We've gone from white to black,
and I think it's my fault
not yours,
It's me whose heart
does not accept other owner
than him.
My heart, well,
I thought I could give it to you,
But my heart isn't mine to give
it's yours to take,
and that's what you didn't do.
I have to settle this unfinished business,
this unsolved puzzle,
I may suffer,
But that's the only way I can overcome
all the pain
all the envy
and when I do this,
the tears that I've shed
would no longer be in vain.
I'm sorry I had to hurt you
I really do
But I can't control my heart
and you couldn't do it too...

sexta-feira, janeiro 09, 2009

É incrível o quanto o tempo passa. Passa por nós sem sequer avisar e no momento em que damos por ele já é tarde demais para o agarrar.

O tempo passa, as folhas caem e nós mudamos. Já não sou aquela criança que brincava na rua com os seus amigos e a sua imaginação, também já não sou aquela rapariga que escrevia no seu diário, o seu maior confidente, as suas paixões, desabafos e segredos de pré-adolescente.

O que sou agora? Nem eu sei bem. Cresci em tamanho, cresci em mentalidade(apesar de muitas pessoas dizerem que não), mas sinto que ainda sou um pouco da pré-adolescente e da criança que fui. Conservo-as num cantinho do meu coração e, por muito que queira, não as consigo largar. Elas acompanham-me lado a lado na minha vida, prontas a despertar, dependendo do contexto:
-Quando brinco com o meu irmão, surge a criança, alegre, risonha, pronta a inventar, imaginar, brincar;
-Quando estou na escola, sou eu própria, a adolescente resmungona, sempre a rir, sempre pronta a falar e aprender(aí desperta também um pouco da pré-adolescente);
-Quando se trata de amor, aí está a pré-adolescente, infelizmente ainda lá está, sempre com tantos medos, tantas inseguranças, tanta timidez. Talvez um dia ela se fique apenas pela aprendizagem.

Por vezes escondo quem eu sou na realidade. Por vezes consigo ser várias pessoas diferentes, embora no fundo sejam a mesma:
-A Inês que serve sempre de palhaço para a festa, gozada e a ser motivo de riso;
-A Inês que fala pelos cotovelos, não para quieta, quer sempre conhecer mais e aprender mais;
-A Inês que é ignorada, rejeitada por ser diferente, por ter boas notas;
-A Inês que ajuda quem pode, que ouve e é ouvida, que gosta de passar tardes a conversar sobre música, arte e vida em geral com os amigos, que é livre e gosta de cometer a sua loucura de vez em quando.

Tantas facetas da mesma moeda, não será isso hipócrita? Não, sou sempre a mesma, só muda o contexto onde estou. Sinceramente, quero tanto ser sempre uma só pessoa, com uma só cara... Um dia talvez isso se concretize.
"eu própria"

Eu
não sou quem tu queres que seja
e no entanto
sou aquela que mais te deseja

Eu
penso, falo, rio e choro,
dizes para não o fazer em demasia
mas no fundo sabes
que é a fazer tudo isto que nasce a minha alegria

Eu
sou quem tu mais ignoras
sei, porém, que secretamente
me adoras

Eu
Sou o teu oposto
o teu lado negro

Tu
és o meu infimo segredo
minha paixão incurável

Eu
Sou simplesmente inigualável.

sábado, janeiro 03, 2009

Prisão doméstica

Estou presa,
encarcerada,
numa prisão sem grades,
a qual chamo "casa".
Porquê?
Quero sair,
Quero ser livre,
Deixem-me ir!
Não, não vou ficar,
vou fugir,
quero ir ter com eles,
estão a um passo de distância
e, contudo, tão longe de mim.
Tão perto e tão longe
e o tempo, esse hipócrita,
tanto passa a correr,
como passa devagar.
Estou farta,
Tão farta de esperar.
Vejo-me a desejar coisas,
coisas nas quais nunca pensei
alguma vez desejar.
Estou a ficar paranóica,
tirem-me daqui!!!!