segunda-feira, outubro 05, 2009

Solidão/Novo Mundo

Por muito que eu faça
Por muito que eu diga,
Por mais que eu mude,
as coisas não se alteram,
serei sempre uma deslocada,
uma alma condenada à solidão.
Não encaixo na minha própria terra
sinto-me uma estranha nela...
Já não sei que mais fazer,
A minha vontade é fazer-me à estrada
sozinha, mas feliz,
sem nada nem ninguém,
caminhar em direcção ao mar,
em direcção às ondas
a minha derradeira companhia.
Só elas vão e voltam para mim,
só elas conseguem deixar-me feliz,
por isso parto e deixo tudo
sonho com um novo mundo meu
onde, apesar de sozinha, ao menos sei
que ali não quero ser de ninguém,
quero ser minha e só minha,
mas ainda espero alguém,
embora não saiba bem quem
mas espero, continuo a esperar,
ao menos sei que tenho o mar,
ao menos sei que posso chorar.
Sou uma alma do momento,
vivo consoante o pensamento,
ele é a minha constante,
já nada é como era dantes,
porque muda o pensar e muda o meu rumo,
dividem-se os caminhos dentro da mente
e passo tudo a pente
para que nada escape,
para que tudo me torne contente.
Imagino para mim um mundo melhor,
mais justo, que me dê atenção,
até agora não tive mais que uma mera ilusão,
preciso do real, preciso do surreal,
preciso de ser imortal,
de viver como se não houvesse mal,
de viver sem companhia
mas com uma eterna alegria,
não, não quero estar presa no meu quarto
quando há tanto para ver e para sentir,
quero ver o mundo com os meus olhos,
deixar para trás tudo e talvez todos,
todos que ao fundo são ninguém,
já que nunca tive ao certo alguém.
Nas costas a ilusão,
ponho de lado os medos e segredos
e entrego-me solenemente a este mundo,
que passa agora a ser meu segredo profundo.

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