Começou a tarde
Duche prolongado
Correria constante para ter tudo pronto a horas
Para não chegar atrasada.
Maquilhagem:
pós, brilho, rimel,
lápis e base,
tudo para esconder o detalhe imperfeito,
para gerar o mito
e reforçar os seus contornos.
Carro, 140 km/h,
para chegar ao cabeleireiro.
O vestido na mão,
os sapatos na outra:
Não tenho tempo,
Não há tempo,
o tempo já passou
e ainda aqui estou.
Nervos, muitos nervos,
O cabelo deu voltas e voltas,
Fixado por laca,
mais ganchos que pareciam não ter fim.
Finalmente,
o penteado pronto,
olho-me ao espelho e não me reconheço:
"Quem és tu,
bela criatura do espelho?"
Vestir,
tentar não estragar o mito,
a altivez da popa aos sapatos.
A lágrima no canto do olho,
da mãe que vê a sua criança crescer
e tornar-se mulher.
O espanto na cara da criança
que se olha ao espelho e percebe
que a criança, agora mulher,
parece a princesa que sempre quis ser,
por um dia.
Este é o dia.
O carro arranca e o destino é certo,
Ela pensa nas possíveis reacções,
mas depois cala-se o pensamento
e volta a voz dentro da cabeça que lhe diz:
"O que interessa é que tu gostas
e te sentes bem contigo mesma"
E ela sentia-se bem,
sentia que tinha erguido um escudo à sua volta
que impedia que os outros vissem as suas imperfeições,
as suas fraquezas e incorrecções,
tudo aquilo que ela deixava à mostra
no dia a dia,
mas este não era um dia desses...
Assim, chegou,
Abriu a porta do carro
e inspirou fundo,
estava mais alta,
num sentido que mais ninguém entenderia,
estava orgulhosa,
passou o rito,
alí estava ela,
deu os primeiros passos e as portas abriram-se,
seguidas pelas bocas de quem a via:
Não parecia ela,
mas era ela.
Os seus olhos espelhavam os seus sentimentos,
Os mesmos olhos que cativavam a sala inteira
e desprendiam elogios dos demais.
Foi uma revelação,
pode não ter sido rainha,
mas a tiara estava lá,
invisível aos olhos dos outros,
mas ela sentia-a,
sentia-se uma princesa
num conto de fadas e,
por um dia,
esqueceu a vida real,
esqueceu os ódios, as crises,
os medos e o pudor,
e brilhou,
com o brilho verde esperança
que irradiavam os seus olhos
cheios de alegria.
sábado, junho 12, 2010
terça-feira, junho 08, 2010
The beggining in the end...
Quando pensamos que as coisas acabam, por vezes, outras começam. O final é como um fogo que reduz tudo aquilo que éramos, todo o nosso passado, a nossa rotina a cinzas. Reduzimo-nos à nossa insignificância, sofremos, choramos noites a fio, sonhamos com uma máquina do tempo que nos deixe emendar os erros ou ficar para sempre cristalizados naquele preciso momento. Pensamos não merecer tal coisa: "Estava tudo bem." - dizia eu. Mas talvez não estivesse, talvez eu estivesse demasiado cega com a falsa felicidade para me dar conta do que me estavam a fazer. Talvez sim... Suposições, meras suposições, nunca conseguimos ter o conhecimento absoluto das razões que levam ao fim, mas temos uma ideia bastante boa do que nos leva a sofrer por termos encerrado de forma abrupta (ou não) um capítulo da nossa vida. Porém, tal como nos livros, com o final de um capítulo vem o inicio de outro. Assim, temos que nos saber reerguer das cinzas , voltar a montar o puzzle que é a nossa rotina, deixando para trás tudo aquilo que nos fez arder o coração. Sim, é duro, mas temos bagagem limitada e a escolha é nossa: o passado doloroso e que não podemos alterar ou o futuro que ainda podemos escrever se começarmos agora. Eu escolhi, resgatei das cinzas apenas o necessário, aquelas memórias dos bons e maus momentos e deixei as pessoas que me faziam sofrer. Assim comecei um novo capítulo, conheci novas pessoas e o destino, que tantos desgostos me deu no passado, pôs no meu caminho a recompensa pelo esforço. Sim G. és tu :) Por um acaso viste este blog, leste e assim nos conhecemos, através do que escrevíamos e do que fomos desvendando uma à outra. Disse-te os meus defeitos primeiro, para que não ficasses surpreendida caso algum deles se manifestasse. Assim (citando-te) "Construímos uma casa e o mundo veio depois. A paz volta." E voltou. Começo a encontrar novamente o equilíbrio, a aprender com tudo o que sofri e a começar a criar defesas mais fortes contra quem me quer magoar. Vai ter que ser assim, vai ser assim. Eu escolhi e mudei, resta-te escolher. Vais fazer a escolha certa, vais ver ; )
High School is over...
I drag myself across the stairs:
God! I'm already missing everything!
This should be a happy day
but the sun isn't shining
and I'm not smiling
like the day before...
(I wished this wouldn't hurt more.)
Goodbyes are hard to say
Some more than others...
Am I the only one that feels like this?
I guess I am...or not!
Tears seem an easy escape for these feelings
but I don't want to use them:
They would only make things harder.
The smell, the sounds, the way things feel so familiar,
I'm going to miss them all.
The people, my classmates,
the sympathy of the janitors
and all my teachers,
all this that makes part of my life
and now, suddenly, is fadding away so quickly.
A new dawn awaits me
but letting go all the things I love
it's hard, painfull and,
at the same time, necessary...
I need to fly away,
Spread my horizons to new destinations
I need to be alone now,
I need to go, away, far away,
I need to cry,
To let every fear, nostalgy and sorrow come out
and then be ready to move on.
Tough, I will never forget any moment
laughs and tears
all the repreensions and lessons learned
in here, my school,
my first, only and best high school ever.
God! I'm already missing everything!
This should be a happy day
but the sun isn't shining
and I'm not smiling
like the day before...
(I wished this wouldn't hurt more.)
Goodbyes are hard to say
Some more than others...
Am I the only one that feels like this?
I guess I am...or not!
Tears seem an easy escape for these feelings
but I don't want to use them:
They would only make things harder.
The smell, the sounds, the way things feel so familiar,
I'm going to miss them all.
The people, my classmates,
the sympathy of the janitors
and all my teachers,
all this that makes part of my life
and now, suddenly, is fadding away so quickly.
A new dawn awaits me
but letting go all the things I love
it's hard, painfull and,
at the same time, necessary...
I need to fly away,
Spread my horizons to new destinations
I need to be alone now,
I need to go, away, far away,
I need to cry,
To let every fear, nostalgy and sorrow come out
and then be ready to move on.
Tough, I will never forget any moment
laughs and tears
all the repreensions and lessons learned
in here, my school,
my first, only and best high school ever.
It's necessary to let go, but that doesn't mean we have to forget...
sábado, junho 05, 2010
Poema 1122 do amor distante
Rodric!Por onde andas tu Rodric?
Em que rua andas perdido
Em que cidade, esquecido,
E por onde vais?
E para onde queres ir?
Onde estás Rodric?
Quando vens tu
Acabar com a saudade que me delapida
pedra a pedra,
grão a grão,
e não me deixa ser inteiramente
não me deixa estar,
assim, livremente,
e rir, deixando o vento levar
cada gargalhada minha.
Estou à tua espera, Rodric,
não alimento uma ilusão,
mas sim várias,
a minha alma é nítida,
não como um girassol,
talvez como um livro aberto
que não ousas ler,
mas que eu leio para ti.
Rodric,
as palavras são tão fáceis
quando queremos dizer algo
e não podemos,
por isso escrevemos,
para que nas entrelinhas vejamos
o que consideramos ser a verdade.
Lê, bebe as silabas que te canto,
o doce néctar da veracidade,
já que nada mais posso fazer
para te provar a minha lealdade.
Em que rua andas perdido
Em que cidade, esquecido,
E por onde vais?
E para onde queres ir?
Onde estás Rodric?
Quando vens tu
Acabar com a saudade que me delapida
pedra a pedra,
grão a grão,
e não me deixa ser inteiramente
não me deixa estar,
assim, livremente,
e rir, deixando o vento levar
cada gargalhada minha.
Estou à tua espera, Rodric,
não alimento uma ilusão,
mas sim várias,
a minha alma é nítida,
não como um girassol,
talvez como um livro aberto
que não ousas ler,
mas que eu leio para ti.
Rodric,
as palavras são tão fáceis
quando queremos dizer algo
e não podemos,
por isso escrevemos,
para que nas entrelinhas vejamos
o que consideramos ser a verdade.
Lê, bebe as silabas que te canto,
o doce néctar da veracidade,
já que nada mais posso fazer
para te provar a minha lealdade.
Forever mine, forever thine, forever ours...
quinta-feira, junho 03, 2010
Insomnia
3.29h AM
2010/06/03
A noite vai a meio. Corre uma brisa fresca que contrasta com o calor que restou da tarde, tão insuportável e cansativo. É um Verão adiantado mas as férias estão ainda longe de ser uma realidade presente.
As estrelas brilham e até a lua ganhou uma luz nesta noite mas hoje, para mim, nada me consegue fazer esquecer o que passei. Ontem(hoje), em especial, toda a injustiça, falsidade e hipocrisia foi derramada à frente os meus olhos, sem eu nada poder fazer.
Porquê esta inacção? Porque as pessoas não conseguem ter a coragem de jogar justamente e confrontar os outros! Não, as pessoas preferem jogar sujo e fazer tudo sem querer enfrentar os outros mas, infelizmente, este é o mundo que temos.
Olho para o céu e interrogo-me se as estrelas também são injustas umas para as outras... Será que a Lua tem inveja que o Sol brilhe sempre mais? Eu acho que não. Estes elementos conseguem viver em harmonia mas nós...nós parecemos ter o objectivo singular de nos destruirmos uns aos outros da melhor maneira possível e, em adição, o mundo que nos rodeia.
Este mundo não nos pertence apenas a nós mas somos egoístas e o egoísmo cega-nos, impede-nos de ver a realidade. Os que conseguem ver... esses são loucos!
Tal como a brisa, hoje os meus pensamentos parecem fluir suavemente, acariciando a folha de papel. No entanto, a mensagem que hoje escrevo é fervorosa como a tarde do dia de ontem.
Olho novamente para o céu, para as estrelas, para as árvores que ondeiam ao sabor do vento e, por um momento, não penso...respiro fundo...inspiro...expiro...fecho os olhos...volto a abri-los e vejo o mundo tal como ele é: feito de coisas simples mas perfeitas.
Olho para as estrelas outra vez e para a lua mas, desta vez, o seu brilho e beleza ofusca qualquer réstia dos problemas pois é assim que a vida deve ser: procurar contentamento em coisas simples.
Agora, olho e esqueço-me do que passou. Viro a página. O presente, a brisa: é tudo o que me interessa neste momento, enquanto escrevo no parapeito da minha janela.
2010/06/03
A noite vai a meio. Corre uma brisa fresca que contrasta com o calor que restou da tarde, tão insuportável e cansativo. É um Verão adiantado mas as férias estão ainda longe de ser uma realidade presente.
As estrelas brilham e até a lua ganhou uma luz nesta noite mas hoje, para mim, nada me consegue fazer esquecer o que passei. Ontem(hoje), em especial, toda a injustiça, falsidade e hipocrisia foi derramada à frente os meus olhos, sem eu nada poder fazer.
Porquê esta inacção? Porque as pessoas não conseguem ter a coragem de jogar justamente e confrontar os outros! Não, as pessoas preferem jogar sujo e fazer tudo sem querer enfrentar os outros mas, infelizmente, este é o mundo que temos.
Olho para o céu e interrogo-me se as estrelas também são injustas umas para as outras... Será que a Lua tem inveja que o Sol brilhe sempre mais? Eu acho que não. Estes elementos conseguem viver em harmonia mas nós...nós parecemos ter o objectivo singular de nos destruirmos uns aos outros da melhor maneira possível e, em adição, o mundo que nos rodeia.
Este mundo não nos pertence apenas a nós mas somos egoístas e o egoísmo cega-nos, impede-nos de ver a realidade. Os que conseguem ver... esses são loucos!
Tal como a brisa, hoje os meus pensamentos parecem fluir suavemente, acariciando a folha de papel. No entanto, a mensagem que hoje escrevo é fervorosa como a tarde do dia de ontem.
Olho novamente para o céu, para as estrelas, para as árvores que ondeiam ao sabor do vento e, por um momento, não penso...respiro fundo...inspiro...expiro...fecho os olhos...volto a abri-los e vejo o mundo tal como ele é: feito de coisas simples mas perfeitas.
Olho para as estrelas outra vez e para a lua mas, desta vez, o seu brilho e beleza ofusca qualquer réstia dos problemas pois é assim que a vida deve ser: procurar contentamento em coisas simples.
Agora, olho e esqueço-me do que passou. Viro a página. O presente, a brisa: é tudo o que me interessa neste momento, enquanto escrevo no parapeito da minha janela.
terça-feira, junho 01, 2010
Cicatrizes
Por todo o meu corpo alastram
como raízes,
no entanto,
são apenas cicatrizes...
Lembram-me o que já passou,
lembram-me das vezes que caí,
dos perigos que enfrentei,
da dor que um dia sofri.
Cicatrizes,
olho para elas
e recordo-me dos erros que cometi,
mas também das vezes que tentei voar
e me cortaram as asas...
Caí, levantei e ri
olho e volto a olhar,
não esqueço,
não deixo que volte a acontecer.
"Já passou", penso eu,
sobrevivi
e para lembrar o que sofri,
o que lutei para voltar a andar,
para voltar a sonhar e a acreditar
a cicatriz basta.
como raízes,
no entanto,
são apenas cicatrizes...
Lembram-me o que já passou,
lembram-me das vezes que caí,
dos perigos que enfrentei,
da dor que um dia sofri.
Cicatrizes,
olho para elas
e recordo-me dos erros que cometi,
mas também das vezes que tentei voar
e me cortaram as asas...
Caí, levantei e ri
olho e volto a olhar,
não esqueço,
não deixo que volte a acontecer.
"Já passou", penso eu,
sobrevivi
e para lembrar o que sofri,
o que lutei para voltar a andar,
para voltar a sonhar e a acreditar
a cicatriz basta.
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