quarta-feira, setembro 30, 2009

Para ti R.

Que pobre despedida
nesta triste partida
em que fico sem uma parte de mim.
Não há nada a fazer
já fiz a minha investida
sem sucesso algum,
foi como perder todos os trunfos,
ficar sem jogo algum.
Não há mais cartas no baralho,
não há mensagens na caixa de correio,
não há restias de comunicação,
resta investigar onde estas estarão
(isto se, de facto, estão).
A saudade deixa marcas,
que não se conseguem ver,
mas eu sinto dia a dia
o quanto isso me faz sofrer.
E no alvor da madrugada,
chego à conclusão de que nada,
nem ninguém, sabe o que sinto,
nem sequer eu já que
este meu coração é teu,
roubaste-o de rajada,
deixaste-me abismada
no meio da rua e sem nada,
agora falta saber,
se o teu coração de ladrão
me queres também oferecer.

segunda-feira, setembro 28, 2009

De que serve olhar as nuvens, se não te podes deitar nelas?

Sento-me à janela e, mais que olhar, observo. Vejo o céu, vejo as nuvens laranja que, à medida que o sol se põe, ganham tons de rosa como se envergonhadas estivessem e finalmente ficam roxas. O dia está a acabar.
Quando me sento e olho para o céu pergunto a mim própria o porquê de olhar as nuvens. Não percebo bem o que há nelas que tanto me fascina. Será a sua mudança de cor com o passar do dia? Será porque tenho esperança de um dia me poder deitar numa? Hmm, não sei.
Tenho curiosidade, tenho fome de saber, porque é que as nuvens se movem, porque é que elas às vezes não se querem mexer? Não quero mais dúvidas, quero respostas concretas, talvez olhe para o céu à procura delas, talvez estejam escondidas algures numa nuvem...
Olho para as nuvens. À dias em que o céu parece a arca de Noé, versão 2. Tão depressa vejo um cão como no momento a seguir ja vejo uma galinha. O vento molda figuras nas nuvens, como se de um escultor se tratasse, mas são efémeras, o vento não gosta de conservar, gosta de mudar, seja de direcção ou de intensidade. Mudam os ventos mudam os tempos... e as figuras. Há quem não as veja, as figuras, e por essa mesma razão padecem de uma doença que é a falta de imaginação. Começam por lhes retirar, quando ainda são pequenos, a criatividade e depois eles próprios acabam por matando a imaginação de forma brutal, um crime horrível e que é cometido frequentemente.
Penso bem, penso outra vez e chego à conclusão que vale a pena olhar as nuvens e imaginar, apesar de não nos podermos deitar nelas...

segunda-feira, setembro 21, 2009

Valorizações e quantificações

Para quê quantificar o amor?
Para quê dar valores à amizade?
Não será mais importante saber
se estes nos trazem felicidade?
Não há como descrever
Estas emoções que se instalam em nós
por isso nem vale a pena tentar saber
que valores e quantidades têm elas
já que só nós que as sentimos
podemos diferenciar,
sem recorrer a números,
raízes quadradas ou qualquer outro par!
Porquê equacionar teorias?
Porque não aproveitar todos os dias
aquilo que a vida tem para oferecer?
Porque é que complicamos o que é simples?
Porque não viver a vida como ela é,
acariciar a neblina matinal,
provar a chuva,
sentir o vento nos cabelos.
Ah! Que bela sensação!
Sabe bem sair de casa
para entrar noutra a seguir,
porque o mundo também é o nosso lar,
uma casa tão extensa
com tanto para descobrir.
Por isso, pergunto eu,
Porque o estão a destroir?

quinta-feira, setembro 10, 2009

11/09/2001

Lembro-me como se fosse hoje: Cheguei a casa da escola, tinha eu 9 anos. Liguei a televisão e comecei a ver os desenhos animados, cumprindo a rotina habitual. Não fazia a mínima ideia que o mundo como o conhecia iria mudar de forma drástica numa questão de minutos. A meio de uma cena de comédia interrompem o programa para uma notícia de última hora. "Uma das torres do World Trade Center foi atingida por um avião." Continuei a acompanhar as notícias e, de repente vi algo no fundo do ecrã: era o segundo avião. Vi-o embater contra a outra torre e não sabia o que dizer, nem fazer. Continuei a acompanhar a reportagem, vi imagens de pessoas que se atiraram das Torres como última alternativa. "Parecem pássaros atingidos por uma bala"-pensei eu. Vi tudo. Tive medo. Tive pena. Tantas dúvidas insurgiram nesse momento e muitas delas tão precoces para uma criança de 9 anos, mas sei que não fui a única com tais pensamentos pois até entre amigos discuti o assunto e todos eles sentiam o mesmo que eu.
Nunca sonhámos que algo como aquilo que sucedeu no dia 11 de Setembro de 20001 pudesse acontecer, mas aconteceu. Milhares de perguntas, poucas com resposta, mas sabiamos que montes de crianças tinham perdido os seus pais nesse dia, montes de familias tinham perdido membros e sabiamos que era horrivel o que estava a acontecer. Ainda hoje me afecta, ainda hoje me lembro de tudo nesse dia, porque marcou a nossa geração, tal como acontecimentos como a queda do muro de Berlim marcou a geração anterior. Este acontecimento é o símbolo que o nosso mundo corre perigo, que qualquer um de nós pode ser o alvo desta guerra "silenciosa" que é o terrorismo. Acho que a pergunta mais significativa que me ocorreu nesse dia e que ainda hoje permanece é: "Porquê?" Continuo a não perceber como é possível a humanidade cometer crimes deste género, descer tão baixo e de forma tão cruel. Acho que os Homens estão a começar a perder aquilo que os identifica: A sua humanidade. Mas isso sou só eu a pensar alto. Mas creio que tenho razão...

Me, Me, Me, Me and, oh, I almost forgot...ME!

Esta é uma daquelas alturas em que a única palavra que consigo dizer é: Foda-se. Sim, peço desculpa pela asneira, mas é o que se adequa a este momento porque mais uma vez fiz o improvável e anormal: fiz asneira.
Gostava de saber o que vai dentro do meu cérebro para que todo o mundo à minha volta seja perfeito e eu seja a unica com problemas quando isso é pura MENTIRA. Toda a gente tem problemas, não sou só eu! Mas, não! É muito dificil para o meu cérebro processar essa informação porque tudo gira à volta de mim. Para ele só existe eu eu eu eu eu eu e eu! Depois o resultado é começar a pensar que está tudo contra mim, que tudo me quer atingir ou magoar ou então abandonar, quando a verdade é que as outras pessoas têm mais com que se preocupar e às vezes não é facil lidar com vários problemas. Por essa mesma razão preciso de me insultar por ser um ser humano irritante e idiota, também por ser ignorante, egocêntrica e estúpida. Já que mais ninguém me chama isso pela frente, mais vale ser eu própria a admiti-lo.

Kudos friends!