I hate that I hate myself,
I hate this stupid world,
Full of lies, injustice and death.
I hate not having an answer for my problems,
Hate that I lie to myself,
Hate those people who lie to the others.
I hate that I don't like you,
Hate not controling my feelings,
I simply hate not liking you.
Such a stupid word "Hate" is,
I hate hating,
I hate hate!
Why can't the world be like the movies,
Friends helping in each and everyway they can,
complicated love stories ending up well,
understandfull parents that give all their support.
But the world is so rough,
that these sorts of things can only be real in the movies,
and I hate that.
I hate a lot of things,
but I don't hate being alive,
because if I wasn't,
who would hate for me?
sábado, dezembro 29, 2007
domingo, dezembro 23, 2007
Como toda a gente sabe, amanhã é a vespera de Natal. Eu devia estar contente, entusiasmada e alegre como nos Natais passados, mas não estou. Sim, gosto muito de comer o famoso bacalhau com couves e batatas, sim, adoro receber as prendas, estar ao quentinho mas o meu puzzle natalício não está completo. Passo a explicar, o Natal para mim, não é receber presentes, nem nada que se pareça, o Natal para mim é a união e alegria de uma família, é poder abrir os presentes e ver estampado um sorriso naqueles que mais amamos que, ao verem a nossa felicidade, a tornam na sua. É poder dar, não prendas, mas amor, carinho e alegria. A melhor prenda de Natal que eu sempre recebi foi puder passar o Natal com aqueles que mais adoro, isto é, o meu pai, a minha mãe, o meu irmão, o meu tio, a minha avó e o meu avô. Este é o meu puzzle natalício completo. Este ano, não vai ser assim. Este ano falta uma peça central do meu puzzle, falta o meu avô. Ele morreu em Março de 2007 e desde então sinto um vazio muito grande no meu coração. Nunca fui muito religiosa mas, por alturas do Natal de 2006, pedi a Deus que deixasse que o meu avô passasse o Natal connosco, e ele passou. Ainda me lembro de uma coisa que fiz, e ela foi, em vez de comer com os meus pais na sala de jantar, levantei-me e fui comer para a sala de estar, para fazer companhia ao meu avô. Acho que essa foi a melhor prenda que alguma vez lhe consegui dar.
Hoje vejo-me a relembrar a noite de Natal em que me pareceu ver o Pai Natal pela janela da entrada, e o meu avô não me deixou entrar porque dizia que se eu visse o Pai Natal ele ficava muito triste, a noite em que recebi o meu gameboy color e na qual o meu avô me pediu para jogar nele. Boas memórias, sem dúvida. Memórias desse puzzle natalício completo. Agora, acho que vou ter que renovar o meu puzzle, por muito que me custe, mas as memórias dos Natais passados, essas ficaram para sempre no meu coração.
Desejo-vos a todos um feliz Natal, cheio de prendas, alegria e essas coisas todas...
Hoje vejo-me a relembrar a noite de Natal em que me pareceu ver o Pai Natal pela janela da entrada, e o meu avô não me deixou entrar porque dizia que se eu visse o Pai Natal ele ficava muito triste, a noite em que recebi o meu gameboy color e na qual o meu avô me pediu para jogar nele. Boas memórias, sem dúvida. Memórias desse puzzle natalício completo. Agora, acho que vou ter que renovar o meu puzzle, por muito que me custe, mas as memórias dos Natais passados, essas ficaram para sempre no meu coração.
Desejo-vos a todos um feliz Natal, cheio de prendas, alegria e essas coisas todas...
quinta-feira, dezembro 20, 2007
Inspirações nocturnas
Adormeço profundamente perdida no meu pensamento e, quando desperto para o sonho vejo-me presa numa divisão, sem portas nem janelas, apenas uma fresta, no canto mais distante e elevado do tecto. Não é uma casa, nem uma mansão, nem mesmo uma cela, é apenas uma prisão, não o edifício, apenas a noção. Tento falar mas algo me cala. Tento pensar, mas algo me impede de o fazer. Tento sonhar, mas algo me limita os horizontes. Estranha situação, embora similar a algo. Ando à volta da sala até chegar ao canto mais distante da divisão,aproximei-me da fresta de luz e nesse momento pude falar, embora pouco, mas o que disse foi "Liberdade". Depois pude também pensar e aquilo que pensei foi "um Mundo". Finalmente pude sonhar e sonhei com a "Igualdade". De repente, vinda do nada, aparece uma escada bamboleante. A subida é perigosa, mas o perigo não me assusta. Assusta-me é a possibilidade de ter que voltar para baixo depois de todo aquela subida dificil. À medida que subo vou podendo pensar em cada vez mais coisas, vou podendo falar mais e mais coisas e a cada degrau que subo, o sonho que tive vai se realizando. Depois de subir um pouco mais de metade dos degraus da escada, paro e olho para baixo. Foi uma longa subida até ali mas valeu a pena e embora faltem alguns degraus, já estive mais longe da saída. Acordo para o real e vejo que o meu sonho foi simplesmente a subida da Igualdade e da Liberdade no nosso Mundo e assim percebo que temos sempre que lutar por elas já que se não o fizermos mais tarde ou mais cedo ficaremos presos numa divisão, sem nenhuma escada pela qual subir.
Adormeço profundamente perdida no meu pensamento e, quando desperto para o sonho vejo-me presa numa divisão, sem portas nem janelas, apenas uma fresta, no canto mais distante e elevado do tecto. Não é uma casa, nem uma mansão, nem mesmo uma cela, é apenas uma prisão, não o edifício, apenas a noção. Tento falar mas algo me cala. Tento pensar, mas algo me impede de o fazer. Tento sonhar, mas algo me limita os horizontes. Estranha situação, embora similar a algo. Ando à volta da sala até chegar ao canto mais distante da divisão,aproximei-me da fresta de luz e nesse momento pude falar, embora pouco, mas o que disse foi "Liberdade". Depois pude também pensar e aquilo que pensei foi "um Mundo". Finalmente pude sonhar e sonhei com a "Igualdade". De repente, vinda do nada, aparece uma escada bamboleante. A subida é perigosa, mas o perigo não me assusta. Assusta-me é a possibilidade de ter que voltar para baixo depois de todo aquela subida dificil. À medida que subo vou podendo pensar em cada vez mais coisas, vou podendo falar mais e mais coisas e a cada degrau que subo, o sonho que tive vai se realizando. Depois de subir um pouco mais de metade dos degraus da escada, paro e olho para baixo. Foi uma longa subida até ali mas valeu a pena e embora faltem alguns degraus, já estive mais longe da saída. Acordo para o real e vejo que o meu sonho foi simplesmente a subida da Igualdade e da Liberdade no nosso Mundo e assim percebo que temos sempre que lutar por elas já que se não o fizermos mais tarde ou mais cedo ficaremos presos numa divisão, sem nenhuma escada pela qual subir.
quarta-feira, dezembro 19, 2007
Inspirções nocturnas...
Viajante
De passagem,
Andando pelas veredas,
Lá vai ele,
O viajante.
Solas de papel,
Vestimenta andrajante,
Lá vai ele,
Pobre cavaleiro andande,
A quem falta o cavalo,
mas não a demanda,
é por isso que caminha,
é por isso que anda,
por caminhos ocultos,
por bosques obscuros,
seguindo o seu destino,
guiado por uma luz bruxuleante,
pela lua, pelas estrelas.
Lá vai ele,
O viajante,
Um pobre e triste sonhador,
Escondido por baixo de uma capa de desprezo,
por críticas e insultos,
por uma aparência descuidada.
Lá vai ele,
O viajante,
seguindo o seu caminho,
rumo a um lugar distante.
terça-feira, dezembro 18, 2007
Bom, hoje andei a vasculhar nuns cadernos que cá tinha e encontrei um poema inacabado, que por acaso descreve como eu me senti numa altura da minha vida, mas ao qual vou fazer alterações. A parte a laranja é aquela que já estava feita, o resto foi o que eu acabei agora.
Às vezes penso que não vale a pena
tenho vontade de desistir
Só penso em parar
Só penso em fugir.
O mundo colapsa à minha volta
e eu nada posso fazer,
apenas observar,
Ver como a vida desaparece num piscar de olhos.
Mas tenho que conseguir,
Vou fazer a diferença,
Por muito que custe,
Por muito que sofra,
Eu vou resistir.
Eu sei que vou abdicar de muito,
Eu sei que muito vai mudar,
Sei muito bem que vários amigos vou deixar para trás,
Mas aqueles a quem chamo verdadeiros ficarão,
E eu nunca,mas nunca os esquecerei.
Vou ser forte,
Vou lutar,
Por um futuro,
o Meu futuro,
que agora se começa a jogar.
Tenho os trunfos na mão,
Basta agora saber usá-los.
Eu acho que é feio deixar um poema incompleto e desactualizado, por isso achei melhor alterá-lo um pouco mais.
Às vezes penso que não vale a pena
tenho vontade de desistir
Só penso em parar
Só penso em fugir.
O mundo colapsa à minha volta
e eu nada posso fazer,
apenas observar,
Ver como a vida desaparece num piscar de olhos.
Mas tenho que conseguir,
Vou fazer a diferença,
Por muito que custe,
Por muito que sofra,
Eu vou resistir.
Eu sei que vou abdicar de muito,
Eu sei que muito vai mudar,
Sei muito bem que vários amigos vou deixar para trás,
Mas aqueles a quem chamo verdadeiros ficarão,
E eu nunca,mas nunca os esquecerei.
Vou ser forte,
Vou lutar,
Por um futuro,
o Meu futuro,
que agora se começa a jogar.
Tenho os trunfos na mão,
Basta agora saber usá-los.
Eu acho que é feio deixar um poema incompleto e desactualizado, por isso achei melhor alterá-lo um pouco mais.
segunda-feira, dezembro 17, 2007
Férias! =D
Bom hoje parto para um acampamento de 3 dias por isso para vossa felicidade vou ficar sem postar.
Adeus pessoal!
Bom hoje parto para um acampamento de 3 dias por isso para vossa felicidade vou ficar sem postar.
Adeus pessoal!
quinta-feira, dezembro 13, 2007
Ora mais um post para a colecção.
Obstáculos,
todos os temos,
mas são poucos os que os enfrentam,
poucos aqueles que os ultrapassam.
Barreiras e limites,
Impedem a nossa felicidade,
a nossa alegria,
a nossa amizade,
Destroiem uns laços,
Enfraquecem outros,
mas mais que tudo,
destroçam corações.
Mas porquê?
Porque é que temos que sofrer,
Porque é que temos que os enfrentar?
Os obstáculos fazem-nos crescer,
Fazem-nos revelar a coragem,
a preserverança, a responsabilidade,
Que temos dentro de nós,
e embora escondidas,
elas estão lá,
prontas a sair, prontas para agir
sempre que temos que ultrapassar,
aquele obstáculo,
aquele muro que nos separa tenuamente da nossa felicidade,
aquela barreira que nunca conseguimos saltar,
mas há que sempre reflectir,
há que pensar,
Pensar que no outro lado está uma vida melhor,
Com outros obstáculos, é certo
Mas uma vida na qual já sabemos ultrapassar
aquele limite que conseguimos transpôr,
pois o segredo é não desistir,
o segredo é agir,
o segredo é não fugir,
Enfrentar,
Defrontar,
Confrontar,
e nestas coisas uma certeza tenho
e ela é que com os meus amigos posso sempre contar.
Por muitos obstáculos que existam,
não desistam,
insistam,
pois a teimosia pode ser considerada como um defeito,
mas é uma qualidade preciosa,
neste mesmo efeito.
Eu não quero desistir, e tu?
Obstáculos,
todos os temos,
mas são poucos os que os enfrentam,
poucos aqueles que os ultrapassam.
Barreiras e limites,
Impedem a nossa felicidade,
a nossa alegria,
a nossa amizade,
Destroiem uns laços,
Enfraquecem outros,
mas mais que tudo,
destroçam corações.
Mas porquê?
Porque é que temos que sofrer,
Porque é que temos que os enfrentar?
Os obstáculos fazem-nos crescer,
Fazem-nos revelar a coragem,
a preserverança, a responsabilidade,
Que temos dentro de nós,
e embora escondidas,
elas estão lá,
prontas a sair, prontas para agir
sempre que temos que ultrapassar,
aquele obstáculo,
aquele muro que nos separa tenuamente da nossa felicidade,
aquela barreira que nunca conseguimos saltar,
mas há que sempre reflectir,
há que pensar,
Pensar que no outro lado está uma vida melhor,
Com outros obstáculos, é certo
Mas uma vida na qual já sabemos ultrapassar
aquele limite que conseguimos transpôr,
pois o segredo é não desistir,
o segredo é agir,
o segredo é não fugir,
Enfrentar,
Defrontar,
Confrontar,
e nestas coisas uma certeza tenho
e ela é que com os meus amigos posso sempre contar.
Por muitos obstáculos que existam,
não desistam,
insistam,
pois a teimosia pode ser considerada como um defeito,
mas é uma qualidade preciosa,
neste mesmo efeito.
Eu não quero desistir, e tu?
sábado, dezembro 08, 2007
Infelizmente sinto que não consigo falar do meu avô sem chorar, e como não quero fazer figura de triste e que tenham pena de mim, vou antes fazer sobre a minha maninha pequena. E aqui está ele.
Uma irmã do Coração
Quando falamos de irmãos e irmãs, pensamos unicamente naqueles que estão unidos por um laço de sangue, isto é, filhos dos mesmos pais. Mas quem pensa que apenas existem irmãos de sangue, então está enganado. Eu digo isto porque tenho uma irmã, uma irmã do coração, a minha maninha Rita e no dia em que a conheci formei este laço de amizade e carinho, que quero que dure por muitos e muitos anos.
Tinha onze anos de idade quando a conheci pela primeira vez. Há muito tempo que uma grande amiga da minha mãe estava à espera para adoptar uma criança e eu, como é natural, estava curiosa para a conhecer. Até que, numa tarde de Primavera, fomos à casa da amiga da minha mãe e lá estava ela. Embora já a tivesse visto numa foto, foi uma surpresa para mim porque ela era ainda mais fofa e pequenina ao vivo. Ela tinha apenas 2 anos, cabelo castanho-claro e uns olhos castanhos grandes e expressivos. O meu primeiro pensamento foi:”Como é possível que os pais biológicos não tenham gostado desta pequena criança tão linda?”. Lembro-me do que estava a fazer quando a vi pela primeira vez. Estava sentada num triciclo e a andar à volta da cozinha. Aproximei-me dela e apresentei-me. Ela disse-me olá e depois continuou a andar de triciclo. Depois perguntei-lhe se não queria ir comigo até ao quintal e ela disse que sim por isso lá fomos nós. Ela era um pouco tímida, mas à medida a que fomos brincando, a que nos fomos conhecendo melhor, ela começou a interagir mais comigo e assim fomos ficando amigas, ao longo daquela tarde diferente. Fizemos de tudo um pouco: Molhámos os pés na água da piscina, vimos os cães da amiga da minha mãe, jogámos à bola, ensinei-lhe a fazer o sinal de fixe e entre outras coisas. Ela era tal e qual como eu na idade dela: brincalhona, marota, faladora, corajosa e irrequieta. Essa tarde fez-me recordar a minha infância e fez-me recordar o meu sonho de ter uma irmã mais velha. Ela lá achou graça ao meu nome e em vez de Inês chamava-me Chinês e em vez de “difícil” dizia “difácil”, andava sempre a correr de um lado para o outro, a descobrir novas coisas, conhecer o mundo, coisas que também eu fazia quando era pequena.
Brincamos até ela ter que se ir embora para a casa da família de acolhimento, pois nesse dia ainda ficava com eles. E quando me fui para despedir ela não me largava e acabei por ir levá-la até casa, juntamente com os seus pais adoptivos. A viagem foi uma diversão e ela estava sempre a chamar-me Chinês e a tirar os sapatos, feita tontinha. Quando chegámos à casa da família de acolhimento, ela apresentou-me ao Francisco e à sua irmã, que eram filhos das pessoas que a acolheram, a quem, na brincadeira, ela chamava de Quiquinho, o Macaquinho.
Quando me fui para despedir dela, abraçamo-nos e ela disse-me aquelas palavras que me ficaram marcadas no coração: Adeus mana. Nesse momento senti-me a pessoa mais sortuda do mundo, por ter conseguido dar amor e carinho a uma criança que dele necessitava, por ter ganho uma nova irmã e por ter conseguido compensar, de certa forma, o meu sonho de infância, que era ter uma irmã mais velha, pois tornei-me numa irmã mais velha de coração. Ainda hoje sou a irmã dela e ela é a minha maninha pequena, e quando olho para ela vejo-me a mim, aquela criança viva e cheia de alegria, aquela criança marota e irrequieta que fui e sempre serei.
Uma irmã do Coração
Quando falamos de irmãos e irmãs, pensamos unicamente naqueles que estão unidos por um laço de sangue, isto é, filhos dos mesmos pais. Mas quem pensa que apenas existem irmãos de sangue, então está enganado. Eu digo isto porque tenho uma irmã, uma irmã do coração, a minha maninha Rita e no dia em que a conheci formei este laço de amizade e carinho, que quero que dure por muitos e muitos anos.
Tinha onze anos de idade quando a conheci pela primeira vez. Há muito tempo que uma grande amiga da minha mãe estava à espera para adoptar uma criança e eu, como é natural, estava curiosa para a conhecer. Até que, numa tarde de Primavera, fomos à casa da amiga da minha mãe e lá estava ela. Embora já a tivesse visto numa foto, foi uma surpresa para mim porque ela era ainda mais fofa e pequenina ao vivo. Ela tinha apenas 2 anos, cabelo castanho-claro e uns olhos castanhos grandes e expressivos. O meu primeiro pensamento foi:”Como é possível que os pais biológicos não tenham gostado desta pequena criança tão linda?”. Lembro-me do que estava a fazer quando a vi pela primeira vez. Estava sentada num triciclo e a andar à volta da cozinha. Aproximei-me dela e apresentei-me. Ela disse-me olá e depois continuou a andar de triciclo. Depois perguntei-lhe se não queria ir comigo até ao quintal e ela disse que sim por isso lá fomos nós. Ela era um pouco tímida, mas à medida a que fomos brincando, a que nos fomos conhecendo melhor, ela começou a interagir mais comigo e assim fomos ficando amigas, ao longo daquela tarde diferente. Fizemos de tudo um pouco: Molhámos os pés na água da piscina, vimos os cães da amiga da minha mãe, jogámos à bola, ensinei-lhe a fazer o sinal de fixe e entre outras coisas. Ela era tal e qual como eu na idade dela: brincalhona, marota, faladora, corajosa e irrequieta. Essa tarde fez-me recordar a minha infância e fez-me recordar o meu sonho de ter uma irmã mais velha. Ela lá achou graça ao meu nome e em vez de Inês chamava-me Chinês e em vez de “difícil” dizia “difácil”, andava sempre a correr de um lado para o outro, a descobrir novas coisas, conhecer o mundo, coisas que também eu fazia quando era pequena.
Brincamos até ela ter que se ir embora para a casa da família de acolhimento, pois nesse dia ainda ficava com eles. E quando me fui para despedir ela não me largava e acabei por ir levá-la até casa, juntamente com os seus pais adoptivos. A viagem foi uma diversão e ela estava sempre a chamar-me Chinês e a tirar os sapatos, feita tontinha. Quando chegámos à casa da família de acolhimento, ela apresentou-me ao Francisco e à sua irmã, que eram filhos das pessoas que a acolheram, a quem, na brincadeira, ela chamava de Quiquinho, o Macaquinho.
Quando me fui para despedir dela, abraçamo-nos e ela disse-me aquelas palavras que me ficaram marcadas no coração: Adeus mana. Nesse momento senti-me a pessoa mais sortuda do mundo, por ter conseguido dar amor e carinho a uma criança que dele necessitava, por ter ganho uma nova irmã e por ter conseguido compensar, de certa forma, o meu sonho de infância, que era ter uma irmã mais velha, pois tornei-me numa irmã mais velha de coração. Ainda hoje sou a irmã dela e ela é a minha maninha pequena, e quando olho para ela vejo-me a mim, aquela criança viva e cheia de alegria, aquela criança marota e irrequieta que fui e sempre serei.
domingo, dezembro 02, 2007
Este texto irá provavelmente ser aquele que vou apresentar a português. Acho que está bom por isso resolvi postá-lo, pois penso que passa uma mensagem importante.
Acordar para a morte
Há quem diga que acordamos para a vida, mas naquele dia eu acordei para a morte. Não me lembro da data, apenas do mês e do ano. Março de 2007. Recordo com tristeza todo esse dia, todos os momentos que vivi, todas as coisas que fiz e tudo aquilo que senti. Toda a gente sabe o que é perder um ente querido, mesmo que nunca lhe tenha acontecido isso. Eu era uma dessas pessoas até esse dia. Nada nem ninguém me poderá fazer esquecer aquela manhã mórbida e fora do normal. A manhã em que acordei para a morte.
Acordei sobressaltada. Eram 8 da manhã. Não era normal acordar a essa hora. “Devo ter tido um pesadelo.” – disse para mim mesma. Mal sabia eu que o “pesadelo” estava a uns minutos de distância. Dirigi-me para as escadas e ouvi alguém a chorar. Era a minha mãe. Perguntei-lhe o que se passava, porque estava assim. Ela disse-me que o meu avô tinha tido outra daquelas noites horríveis e que tinha ido de urgência para o hospital. O certo é que aquela doença que o debilitava cada vez mais, tinha outra vez levado a melhor sobre ele, já que aquele tipo de noites já se tinham repetido inúmeras vezes mas o meu avô acabava sempre por vencer a doença e voltar para casa, e por isso mesmo interroguei-me: “ Se ele foi para o hospital outra vez, porque é que estará ela a chorar? Seria normal estar preocupada e não assim.” Momentos depois veio o meu pai e disse-me para voltar para a cama, e também ele estava estranho, um tanto amargurado.
Voltei para o meu quarto e deitei-me junto ao meu irmão que, como sempre, tinha tido pesadelos e tinha ido para a minha cama. Fiquei um pouco a pensar no assunto mas depois adormeci outra vez. Momentos depois fui acordada. Era o meu pai. A sua cara estava lavada de lágrimas e então disse-me aquela frase que para sempre ficará na minha memória: “ Inês, o avô morreu.” Nesse momento o tempo parou. O meu avô estava morto. Tive uma espécie de flashback. Comecei a ver na minha mente os momentos que tinha passado com ele. Aquela vez em que eu tinha fome e ele tirou do seu bolso das surpresas um amendoim para me dar. Aquele dia em que me pousou no seu colo e me deixou guiar a carrinha. Aquele dia em que me deu, pela primeira vez, uma palmada no rabo por estar a implicar com o meu irmão. Aquela noite em que me contou que quando era novo apanhava todos os contrabandistas e ladrões de azeite das redondezas. Vi tudo isto e mais alguma coisa passar diante de mim, rapidamente e sem som, como um filme mudo. Tinha tanto para lhe dizer ainda, tanto para lhe mostrar, para lhe perguntar. Nunca cheguei a saber tudo o que queria e ele nunca chegou a ver tudo o que eu queria que ele visse. Eu sei que ele partiu para um sítio melhor, mas ele não merecia. Tinha ainda tempo de viver, tempo de ver mais coisas. Mas a doença tinha vencido daquela vez. Após isso o tempo voltou ao normal e a minha primeira reacção foi: “Ele sofreu?”. Depois disso chorei. Chorei por não me ter despedido dele, chorei por ter perdido o meu “amigalhaço”, chorei por ter perdido o meu avô.
Foi uma manhã que ficou para sempre marcada na minha memória como sendo a manha em que acordei para a morte: A morte do meu avô.
Acordar para a morte
Há quem diga que acordamos para a vida, mas naquele dia eu acordei para a morte. Não me lembro da data, apenas do mês e do ano. Março de 2007. Recordo com tristeza todo esse dia, todos os momentos que vivi, todas as coisas que fiz e tudo aquilo que senti. Toda a gente sabe o que é perder um ente querido, mesmo que nunca lhe tenha acontecido isso. Eu era uma dessas pessoas até esse dia. Nada nem ninguém me poderá fazer esquecer aquela manhã mórbida e fora do normal. A manhã em que acordei para a morte.
Acordei sobressaltada. Eram 8 da manhã. Não era normal acordar a essa hora. “Devo ter tido um pesadelo.” – disse para mim mesma. Mal sabia eu que o “pesadelo” estava a uns minutos de distância. Dirigi-me para as escadas e ouvi alguém a chorar. Era a minha mãe. Perguntei-lhe o que se passava, porque estava assim. Ela disse-me que o meu avô tinha tido outra daquelas noites horríveis e que tinha ido de urgência para o hospital. O certo é que aquela doença que o debilitava cada vez mais, tinha outra vez levado a melhor sobre ele, já que aquele tipo de noites já se tinham repetido inúmeras vezes mas o meu avô acabava sempre por vencer a doença e voltar para casa, e por isso mesmo interroguei-me: “ Se ele foi para o hospital outra vez, porque é que estará ela a chorar? Seria normal estar preocupada e não assim.” Momentos depois veio o meu pai e disse-me para voltar para a cama, e também ele estava estranho, um tanto amargurado.
Voltei para o meu quarto e deitei-me junto ao meu irmão que, como sempre, tinha tido pesadelos e tinha ido para a minha cama. Fiquei um pouco a pensar no assunto mas depois adormeci outra vez. Momentos depois fui acordada. Era o meu pai. A sua cara estava lavada de lágrimas e então disse-me aquela frase que para sempre ficará na minha memória: “ Inês, o avô morreu.” Nesse momento o tempo parou. O meu avô estava morto. Tive uma espécie de flashback. Comecei a ver na minha mente os momentos que tinha passado com ele. Aquela vez em que eu tinha fome e ele tirou do seu bolso das surpresas um amendoim para me dar. Aquele dia em que me pousou no seu colo e me deixou guiar a carrinha. Aquele dia em que me deu, pela primeira vez, uma palmada no rabo por estar a implicar com o meu irmão. Aquela noite em que me contou que quando era novo apanhava todos os contrabandistas e ladrões de azeite das redondezas. Vi tudo isto e mais alguma coisa passar diante de mim, rapidamente e sem som, como um filme mudo. Tinha tanto para lhe dizer ainda, tanto para lhe mostrar, para lhe perguntar. Nunca cheguei a saber tudo o que queria e ele nunca chegou a ver tudo o que eu queria que ele visse. Eu sei que ele partiu para um sítio melhor, mas ele não merecia. Tinha ainda tempo de viver, tempo de ver mais coisas. Mas a doença tinha vencido daquela vez. Após isso o tempo voltou ao normal e a minha primeira reacção foi: “Ele sofreu?”. Depois disso chorei. Chorei por não me ter despedido dele, chorei por ter perdido o meu “amigalhaço”, chorei por ter perdido o meu avô.
Foi uma manhã que ficou para sempre marcada na minha memória como sendo a manha em que acordei para a morte: A morte do meu avô.
Já sabem, não guardem para vocês o que têm a dizer a uma pessoa pois nunca se sabe o que o destino lhe reserva a ela ou até mesmo a nós.
Enjoy...
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