domingo, maio 30, 2010

Fim de dia de Primavera

O laranja enche a paisagem,
ilumina tudo o que o rodeia:
as flores, o pasto, as árvores.
Tudo é luz neste fim de dia
e o vento passa e assobia.
Ouço-o quase cantar,
não sei se canta de tristeza
ou se de alegria.
O sol põe-se,
cheira a erva molhada,
daquela chuva que caiu ainda à pouco
parece que foi à séculos:
o sol já brilha
e as nuvens ficaram brancas.
Encosto-me a um sobreiro,
e deixo-me envolver pela paisagem,
misturo-me e sinto-me parte da natureza,
o berço de tudo,
e que nós não respeitamos o suficiente para ver
que, no fundo, se ela morrer,
nós também não podemos subsistir.

domingo, maio 23, 2010

18 anos

Hoje, por volta das 6 horas da tarde, terei oficialmente 18 anos. Os 18 anos ou "os anos da potência" como lhes chama um amigo meu, assinalam a chegada à maioridade o que, diga-se de passagem, não é sinónimo de independência mas sim de responsabilidades acrescidas. Podemos ir presos, podemos votar, podemos comprar tabaco legalmente, podemos fazer muitas coisas, mas o mais importante é que agora temos que começar a agir mais como adultos e menos como crianças.

É de realçar que muitas pessoas, quando fazem 18, dizem que não se sentem em nada diferentes mas, como sempre, cá estou eu para contrariar a tendência. Eu sinto-me diferente, mas não me sinto assim só hoje, já estou a mudar desde o início deste ano. O meu aniversário é apenas a oficialização de todo o processo de aprendizagem que ficou para trás. Dizem que se aprende a bem ou a mal, mas eu discordo, normalmente, nestes aspectos, só conseguimos aprender a mal...

Cometi erros que me fizeram crescer, erros que me fizeram sofrer, chorar, berrar até ao êxtase dos meus pulmões, loucuras que nunca sonhei cometer, perdi amizades, ganhei outras, aprendi a ver a vida com outros olhos, como um processo de perda e ganha e, sobretudo, de escolhas. Fiz escolhas que me custaram muito, nem sempre foram as mais correctas, mas errar é humano.

À medida que os problemas iam aparecendo, tentei nunca desistir, tentei começar a enfrentá-los de cabeça erguida, não me rebaixar, defendendo a minha posição. Aceitei as consequências dos meus erros.

A vida é sempre um jogo de tentativa/erro, nunca sabemos onde nos levam as portas que escolhemos, mas não podemos deixar que ninguém escolha por nós, não podemos deixar que nos manipulem, embora possamos aceitar opiniões para melhor escolher. Tudo isto faz parte, tudo isto é viver, errar, tentar, ganhar, mas para isso não podemos desistir dos nossos objectivos e, antes de mais, devemos defini-los bem.

À criança que habita dentro de mim, junta-se agora uma adulta que ainda vai precisar de algum tempo para se definir e tomar o lugar da adolescente que sou. É oficial: tenho 18 anos, mudei, aprendi e continuarei a aprender porque a vida não tem sentido sem isso.

quarta-feira, maio 19, 2010

Dear diary

Dear diary,
time swings by,
the seasons are changing,
and so am I:
I'm not the child I used to be.
The child is buried deeply on me...

I've confessed you my sincere emotions,
my secrets, my lies, my faults,
and, altough I forgot to write,
that doens't mean that I don't like,
but the child,
the child I was is still inside me,
covered by fear and doubt:
She refuses to go out,
she's afraid of the dark.

How can't I blame her?
In a world like this,
people destroy their child,
forget what it's like to dream,
to seek for a way to change things
and built a world with these tools.

People, they don't understand,
the child it's what makes them into a man,
or a woman,
the dreams, the surreal ideas,
these are what makes us unique,
and not another robot.

My child is alive,
Hidden, but alive,
She's trying to lose the fear,
And come into the light.

Only then, my friend,
will I be happy:
When my child comes out from under the bed
to dream, to put her voice out on the street,
to fight and create some light
to iluminate the world.

I don't care how little it will shine,
as long as someone sees it,
for me, that's just fine.

The Apple

We all know philosophies
Like Stoicism and Epicureanism
They all say “carpe diem”
Seize the moment…
While you can!
Live life to the fullest
Do what you dream for,
Become what you hope to be,
Good or bad,
That’s up to you,
But it doesn’t matter,
As long as you live it,
As long as you enjoy the ride.
Today, life is a lie,
Materialism has rotten our society
And tough everything seems “oh” so well
Inside the apple is eaten.
“Greedy men did it!” – you may say,
But we let it happen,
We didn’t fought back,
We didn’t change things,
We just stood there and let them eat it all,
Philosophies with centuries old warned us
But we didn’t listen.
We lived our lives as robots,
Not caring about the consequences.
We were greedy too:
We wanted to live happy,
But happiness is a funny word…
Are we truly happy?
Are we ever satisfied?
No, no, no,
A human being is never truly happy,
At least, not in this world,
Not even if he is as rich as he can be.
He’ll always want more,
He’ll always be voracious,
And won’t share his apple with the rest.
Maybe if we started to live simply,
Being honest, pure, enjoying life,
Maybe then we would be happy,
Putting our hearts at the street
And changing things as they are,
Right now, today, right away,
We have no time to waste
The clock is ticking
And tomorrow can be too late.

Obrigada

Hoje fui feliz. Não fui feliz o dia todo, mas fui-o e isso é que me interessa. Fui feliz porque fiz um teste e tive confiança em mim, logo, consegui resolvê-lo com calma, atenção e dentro do tempo. Fui feliz porque tirei o dia de folga e passei-o com uma melhor amiga espectacular, fantástica, incrível, para a qual não existem palavras suficientes para a descrever. Em suma, uma tarde bem passada, sem falar de escola, apenas trivialidades, piadas, risadas!

Como em todos os dias, há 99,9% das vezes momentos maus. Hoje explodi. Odeio que se metam na minha vida, que me tratem como se eu não soubesse o que devo ou não fazer, como se eu tivesse 14 anos em vez de 17. Odeio que me tentem fazer mudar de ideias quando já me decidi. E basicamente foi este acumular de coisas que me fez ter um mau bocado, isto numa questão de 30 minutos.

Mas hoje, algo me fez voltar a sorrir, voltar a acreditar que vale a pena sorrir, nem que seja apenas uma vez num dia. E o que me fez sorrir foi isto:

1 Critica construtiva a "Só e Zinha": Anónimo disse...

Não é a tua sina. Confia em mim, não é. Olho ao meu redor e vejo um relativo número de pessoas que me acompanham, porém, nem sei bem porquê, naqueles momentos menos saborosos enfrento a solidão. Eu sempre fui assim - íntima de mim mesma. Mas ontem, ontem não, ontem precisei de alguém, assim como tu descreves neste texto. E o mundo fechou-se, não havia ninguém. Confesso que tenho reparado em ti. Um pouco mais depois deste texto. Não por compaixão, mas por união, por saber o que é, sei lá. Vejo-te acompanhada, vejo-te sorridente. Mas também te vejo sozinha, e vejo-te de dentes cerrados. Entrega-te à vida, permite-te ser feliz. E lembra-te, (acho que estás no 12ºano) mais umas semanas e estás fora daqui. Quem sabe, a merecida libertação. Estou a torcer por ti.

Apesar de não saber quem és, Anónima(o), agradeço muito, mesmo muito, por este comentário. É por esta razão que gosto de escrever, a escrita une as pessoas, elucida as nossas qualidades e valores como pessoas e por isso faz-nos pensar um pouco, faz com que nos consigamos identificar com algumas coisas que são escritas.
A todas as pessoas que me fazem sorrir e dão vida à minha vida, um muito obrigada. :')